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Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - Áreas a leste da Cidade de Gaza foram alvo nesta segunda-feira dos bombardeios mais pesados em semanas, segundo relatos de palestinos, poucas horas depois de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter dito que espera concluir uma nova ofensiva ampliada contra o Hamas "com bastante rapidez".
Um ataque aéreo também matou seis jornalistas, incluindo Anas Al Sharif, correspondente da Al Jazeera, em uma tenda no complexo do Hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza --o ataque mais mortal contra jornalistas durante os 22 meses da atual campanha israelense.
Testemunhas disseram que tanques e aviões israelenses bombardearam Sabra, Zeitoun e Shejaia, três subúrbios a leste da Cidade de Gaza, no norte do território, na segunda-feira. Muitas famílias deixaram suas casas rumo ao oeste.
Moradores da Cidade de Gaza disseram que essa foi uma das piores noites das últimas semanas, aumentando o temor de que os militares estejam se preparando para uma ofensiva mais profunda na cidade, que, segundo o Hamas, está abrigando cerca de 1 milhão de pessoas após o deslocamento dos moradores da fronteira norte do enclave.
As Forças Armadas israelenses disseram que suas forças dispararam artilharia contra militantes do Hamas na área. Não havia sinais de forças avançando na Cidade de Gaza como parte da ofensiva israelense recém-aprovada, cujo início não era esperado para as próximas semanas.
"Parecia que a guerra estava recomeçando", disse Amr Salah, 25 anos. "Os tanques dispararam munição contra as casas, várias foram atingidas, e os aviões realizaram o que chamamos de anéis de fogo, em que vários mísseis atingiram estradas no leste de Gaza", disse ele à Reuters por mensagens.
Os militares israelenses disseram que suas forças desmantelaram no domingo, a leste da Cidade de Gaza, um local que o Hamas usou para disparar foguetes contra comunidades israelenses do outro lado da fronteira.
Netanyahu afirmou no domingo que havia instruído os militares israelenses a acelerar seus planos para a nova ofensiva.
"Quero acabar com a guerra o mais rápido possível, e é por isso que instruí as IDF (Forças de Defesa de Israel) a encurtar o cronograma para tomar o controle da Cidade de Gaza", afirmou.
Netanyahu disse que a nova ofensiva se concentraria na Cidade de Gaza, que ele descreveu como a "capital do terrorismo" do Hamas. Ele também indicou que a área costeira da região central de Gaza pode ser a próxima, dizendo que os militantes do Hamas também foram empurrados para lá.
Os novos planos geraram alarme no exterior, com o presidente francês Emmanuel Macron dizendo na segunda-feira que eles anunciavam "um desastre de gravidade sem precedentes" e "um movimento em direção a uma guerra sem fim".
Na sexta-feira, a Alemanha, um importante aliado europeu, anunciou que interromperia as exportações de equipamentos militares para Israel que poderiam ser usados em Gaza. O Reino Unido e outros aliados europeus pediram a Israel que reconsiderasse sua decisão de intensificar a campanha militar em Gaza.
O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, disse à Reuters que alguns países pareciam estar pressionando Israel em vez de pressionar o Hamas, cujo ataque mortal a Israel em 7 de outubro de 2023 deu início à guerra.
A ofensiva planejada por Israel coincide com a piora da fome em Gaza.
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde do território disse que mais cinco pessoas morreram de desnutrição e fome em Gaza nas últimas 24 horas. Isso elevou o número de mortes por essas causas para 222, incluindo 101 crianças, desde o início da guerra, informou o ministério.
Israel afirma ter aumentado a entrada de ajuda e mercadorias em Gaza nas últimas semanas. Autoridades palestinas e da ONU dizem que a ajuda é uma fração do que Gaza precisa.
JORNALISTAS MORTOS
Os médicos do Hospital Al Shifa disseram que o ataque aéreo que matou Al Sharif, da Al Jazeera, e quatro colegas também matou o freelancer local Mohammad Al-Khaldi, elevando para seis o número de jornalistas mortos no ataque.
Israel confirmou que tinha Al Sharif como alvo e que o matou, alegando que ele liderava uma célula do Hamas e estava envolvido em ataques com foguetes contra Israel.
A Al Jazeera rejeitou a alegação e, antes de sua morte, Al Sharif também rejeitou as alegações israelenses de que ele tinha ligações com o Hamas.
O Hamas, que governa Gaza desde 2007, relacionou sua morte à nova ofensiva planejada.
O departamento de imprensa do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse que 238 jornalistas foram mortos em quase dois anos de guerra. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas disse que pelo menos 186 jornalistas foram mortos.
Os combatentes liderados pelo Hamas desencadearam a guerra em outubro de 2023, quando invadiram Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, de acordo com os registros israelenses. Cerca de 50 reféns ainda estão em Gaza, mas acredita-se que apenas cerca de 20 estejam vivos.
Desde então, mais de 61.000 palestinos foram mortos pela campanha de Israel, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza. A maior parte da população de Gaza foi deslocada várias vezes e seus residentes estão enfrentando uma crise humanitária, com áreas do território reduzidas a escombros.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi no Cairo; reportagem adicional de Maayan Lubell em Jerusalém; edição de Sharon Singleton e Aidan Lewis)