Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - As forças israelenses prosseguiram com suas operações perto da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, nesta segunda-feira, em meio a uma pressão internacional por um acordo para interromper os combates em Gaza e bloquear a possibilidade de um conflito regional mais amplo com o Irã e seus aliados.
Médicos palestinos disseram que os ataques militares israelenses em várias áreas de Khan Younis na segunda-feira mataram pelo menos 16 pessoas e feriram outras. Enquanto isso, mais famílias e pessoas desalojadas saíram das áreas ameaçadas após novas ordens de retirada.
Conforme os combates continuavam em várias áreas da Faixa de Gaza, o Hamas reagiu com ceticismo à mais recente rodada de negociações com Egito e Catar, prevista para quinta-feira, dizendo que não viu nenhum sinal de movimento do lado israelense.
O grupo disse em um comunicado no domingo que os mediadores devem forçar Israel a aceitar uma proposta de cessar-fogo baseada nas ideias do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que o Hamas havia aceitado, "em vez de buscar novas rodadas de negociações ou novas propostas que dariam cobertura à agressão da ocupação".
Duas fontes próximas ao Hamas disseram à Reuters que o grupo estava convencido de que a nova convocação para negociações foi coordenada de antemão com Israel para deter as respostas do Irã e do Hezbollah ao assassinato do líder do grupo, Ismail Haniyeh, em Teerã, e de um importante líder do Hezbollah no Líbano.
"Pode-se dizer que é uma rejeição branda. Se o Hamas receber um plano viável, uma resposta positiva israelense à proposta que ele aceitou, as coisas podem mudar, mas até agora o Hamas acredita que Netanyahu não está falando sério sobre chegar a um acordo", disse uma autoridade palestina próxima ao esforço de mediação.
A reação do Hamas às conversações ocorreu em um momento em que os preparativos para um confronto em maior escala aumentaram, com Washington encomendando um submarino de mísseis guiados para o Oriente Médio e o grupo de ataque Abraham Lincoln acelerando seu deslocamento para a região.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse ao secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que o Irã estava se preparando para um ataque militar em larga escala contra Israel, informou no Twitter Barack Ravid, um repórter da Axios News que normalmente tem boas fontes.
Israel tem se preparado para um grande ataque desde o mês passado, quando um ataque com mísseis matou 12 jovens nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, e Israel respondeu matando um comandante sênior do Hezbollah em Beirute.
Um dia depois dessa operação, Ismail Haniyeh, o líder político do Hamas, foi assassinado em Teerã, o que levou o Irã a prometer uma retaliação contra Israel.