Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - As forças israelenses intensificaram os ataques aéreos na Faixa de Gaza nesta quinta-feira, matando pelo menos 40 pessoas, segundo médicos palestinos, em mais uma batalha contra os militantes liderados pelo Hamas, enquanto Israel se prepara para uma possível guerra mais ampla na região.
Os ataques aéreos israelenses atingiram um conjunto de casas no campo de Al-Bureij, no centro de Gaza, matando pelo menos 15 pessoas, e no campo vizinho de Al-Nuseirat, matando quatro, disseram os médicos. Nuseirat e Bureij estão entre os oito campos históricos do enclave densamente povoado e são vistos por Israel como redutos de militantes armados.
A aviação israelense também bombardeou uma casa no coração da Cidade de Gaza, ao norte, matando cinco palestinos, enquanto outro ataque aéreo na cidade de Khan Younis, ao sul, matou uma pessoa e feriu outras, de acordo com médicos.
Mais tarde nesta quinta-feira, 15 palestinos foram mortos e 30 ficaram feridos em bombardeios israelenses contra duas escolas a leste da Cidade de Gaza, informou o Serviço de Emergência Civil do território em um comunicado.
Os militares israelenses disseram que atingiram os centros de comando e controle do Hamas instalados nas escolas Abdel-Fattah Hamouda e Al-Zahra, no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza, onde os militantes do Hamas estavam operando.
Acusaram o Hamas de explorar civis e propriedades civis para fins militares, uma alegação que o Hamas nega.
Imagens que circularam nas mídias sociais, as quais a Reuters não pôde verificar imediatamente, mostraram vítimas sendo levadas para um hospital em carroças de burro.
Os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica disseram que estavam disparando foguetes antitanque e bombas de morteiro contra as forças israelenses que operavam em Gaza, causando mortes e ferimentos entre eles.
Os militares israelenses disseram ter atingido dezenas de alvos militares em Gaza nas últimas 24 horas, incluindo plataformas de lançamento de foguetes.
Militantes liderados pelo Hamas desencadearam a guerra de Gaza em 7 de outubro do ano passado com um ataque transfronteiriço em comunidades israelenses, matando 1.200 israelenses e estrangeiros e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.
Desde então, pelo menos 39.699 palestinos foram mortos, incluindo 22 nas últimas 24 horas, e 91.722 ficaram feridos na devastadora guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza, informou o Ministério da Saúde de Gaza em uma atualização nesta quinta-feira.
O ministério no território administrado pelo Hamas não faz distinção entre combatentes e civis em suas listas de mortes.
Enquanto a guerra de Gaza continua, Israel tem se preparado para outro ataque esperado para os próximos dias, após as promessas do Irã e de seu aliado no Líbano, o Hezbollah, de retaliar os assassinatos, na semana passada, do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e do comandante militar do Hezbollah Fuad Shukr, em Beirute.