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BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta quarta-feira com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, e defendeu um maior engajamento da ONU na busca por uma solução negociada para a guerra do país com a Rússia.
Lula disse que pretende inclusive conversar com o presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o conflito, lembrando que ambos têm boa relação com o presidente russo, Vladimir Putin.
"O que eu disse para Zelenskiy é que eu vou me esforçar, conversar com quem eu tiver que conversar, para ver se a gente consegue -- inclusive vou conversar com Trump", afirmou o presidente em entrevista ao final da sua viagem a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU.
"Eu sou amigo do Putin, Trump é amigo do Putin. Dois amigos conseguem mais do que um", acrescentou.
A relação entre Lula e Zelenskiy teve altos e baixos desde a eleição de Lula. A boa relação com Putin fazia com que Zelenskiy desconfiasse do brasileiro, assim como algumas declarações de Lula.
Em 2023, durante o G7, Lula chegou a abrir espaço na agenda para receber o ucraniano, mas ele não apareceu, o que deixou a delegação brasileira irritada. No mesmo ano, tiveram um encontro também na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, mas o tom foi frio e protocolar, de acordo com diplomatas presentes.
Dessa vez, o encontro foi diferente. "Eu hoje senti o Zelenskiy com muito mais vontade de conversar que em outras reuniões", disse Lula, acrescentando que também vem sentindo o mesmo de Putin.
Ao sair do encontro, Zelenskiy afirmou que a conversa com Lula foi boa e que foi bom ouvir do brasileiro que ele apoia o cessar-fogo que vem sendo pedido pela Ucrânia.
"O presidente me disse que vai tentar tudo que puder para trazer a paz mais perto da Ucrânia e eu o agradeci pela sua posição clara", disse o presidente ucraniano a jornalistas.
Zelenskiy, escrevendo no aplicativo de mensagens Telegram, descreveu seu encontro com Lula como "significativo" e disse que "uma forte pressão internacional é necessária sobre a Rússia para remover os bloqueios no caminho para o diálogo".
"Contei ao presidente sobre a situação real no front e as tentativas manipuladoras da Rússia de retratar vitórias militares", escreveu.
Zelenskiy disse apreciar a "disposição de Lula em desempenhar um papel no processo de paz.
Em maio deste ano, o governo ucraniano já havia pedido ajuda do Brasil para tentar convencer Putin a ir a um encontro em Istambul para discutir um cessar-fogo. Lula havia estado com Putin na comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra, antes de ir a Pequim, e, na volta da China seu avião fez uma parada novamente em Moscou, de onde ele telefonou a Putin.
O presidente russo terminou por não ir à Turquia, mas diplomatas brasileiros comemoraram a abertura de um canal de confiança com os ucranianos.
(Por Lisandra Paraguassu, em BrasíliaEdição de Pedro Fonseca)