Por Teresa Cespedes
LIMA (Reuters) - Os líderes da Aliança do Pacífico pediram nesta quarta-feira aos países desenvolvidos para aumentar o seu apoio financeiro a fim de enfrentar os efeitos da mudança climática e anunciaram que contribuirão com o chamado Fundo Verde do Clima da Organização das Nações Unidas.
Os presidentes do México, Enrique Peña Nieto; da Colômbia, Juan Manuel Santos; do Chile, Michelle Bachelet; e do Peru, Ollanta Humala, assinaram um acordo para implementar políticas para reduzir os gases de efeito estufa que contribuem para os esforços globais contra a mudança climática.
"Nosso chamado aos países desenvolvidos é para que cumpram com suas obrigações de aumentar o apoio financeiro para enfrentar a mudança climática mediante a capitalização substancial do Fundo Verde para o Clima", indicou o acordo lido no contexto da cúpula de mudança climática em Lima.
No acordo, eles se comprometeram a apresentar o mais rapidamente possível as suas contribuições para o Fundo Verde, "de acordo com as respectivas capacidades".
O fundo, que conseguiu reunir em Lima compromissos de alguns países desenvolvidos para arrecadar cerca de 10 bilhões de dólares, tem como objetivo ajudar as nações em desenvolvimento até 2020 a reduzir as emissões e se adaptar às mudanças climáticas que pressionam os abastecimentos de alimentos e água.
A meta do fundo é mobilizar pelo menos 100 bilhões de dólares por ano, tanto em financiamento público como privado.
"Nós já estamos pagando um custo extra que é a remediação para abordar os fenômenos (cuja) ferocidade com que nos atingem é resultado da mudança climática", disse Humala em um discurso junto aos colegas de México, Colômbia e Chile.
Neste sentido, Peña Nieto disse que o México doará 10 milhões de dólares para o Fundo Verde e outros 20 milhões de dólares para o Fundo Global para o Meio Ambiente.
Humala disse que o Peru dará 6 milhões de dólares para o Fundo Verde, em um ato simbólico no qual pediu mais ações aos países industrializados.
Além disso, os quatro líderes pediram a países desenvolvidos que cheguem a um consenso nesta cúpula, que tem como objetivo desenvolver um projeto com metas de redução das emissões de gases do efeito estufa.
"Se não chegarmos a um acordo, pode ser que chegaremos tarde demais na próxima conferência em Paris... não temos direito de falhar", disse a presidente chilena.
Representantes reunidos em Lima tentam elaborar um esboço para chegar a um acordo no ano que vem em Paris, mas enfrentam muitas dificuldades sobre o que deve ser incluído no documento.
Muitos países em desenvolvimento querem estabelecer uma meta para reduzir as emissões de gases do efeito estufa a zero até 2050, mas nações produtoras de petróleo, preocupadas com a perda de receitas a partir de uma mudança para energias renováveis, se inclinam a metas mais vagas de longo prazo.