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Por Alexander Cornwell
TEL AVIV (Reuters) - O ministro da Segurança Nacional de Israel, de extrema-direita, visitou o proeminente palestino Marwan Barghouti na prisão e lhe disse: "você não vai vencer", mostrou um vídeo na sexta-feira, um dia depois que outro membro linha-dura do gabinete prometeu "enterrar" a ideia de um Estado palestino.
O ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, compartilhou o vídeo em sua conta no X, dizendo também a Barghouti — uma figura potencialmente unificadora entre os palestinos que está preso há mais de duas décadas — que qualquer um que ameaçar Israel será eliminado.
A visita à prisão ocorreu no início da semana, mas se tornou pública depois que o ministro das Finanças ultranacionalista, Bezalel Smotrich, disse na quinta-feira que começariam as obras de um assentamento que vai dividir a Cisjordânia e a separar ainda mais de Jerusalém Oriental, que os palestinos querem como capital de um futuro Estado.
"Essa realidade finalmente enterra a ideia de um Estado palestino. Simplesmente porque não há nada para reconhecer e ninguém para reconhecer", declarou Smotrich em uma coletiva de imprensa na quinta-feira.
No vídeo no X de Ben-Gvir, que mostrava Barghouti magro e fraco, o ministro lhe disse: "Você não vai vencer. Qualquer um que se meta com o povo de Israel, qualquer um que assassine nossos filhos, qualquer um que assassine nossas mulheres — nós o eliminaremos."
"Você tem que saber disso, ao longo da história", afirmou ele no trecho de 13 segundos que cortou a resposta de Barghouti.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não respondeu a um pedido de comentário e um porta-voz de Ben-Gvir se recusou a comentar.
A Autoridade Palestina descreveu as falas de Ben-Gvir como uma "ameaça direta" ao homem de 66 anos. Barghouti é um membro sênior do movimento Fatah que dirige a autoridade, que exerce um governo cívico limitado em partes da Cisjordânia ocupada por Israel.
"O Ministério das Relações Exteriores condena com veemência a invasão das seções de confinamento solitário da Prisão de Rimon pelo ministro extremista Ben-Gvir e sua ameaça direta ao irmão e líder Marwan Barghouti", afirmou em um comunicado.
Barghouti foi condenado em 2004 a cinco sentenças de prisão perpétua e 40 anos de prisão depois que um tribunal o condenou por orquestrar emboscadas e ataques suicidas contra israelenses durante a segunda Intifada palestina, ou levante.
Israel considera Barghouti um militante perigoso por sua participação no levante, no qual cerca de 1.000 israelenses e 3.000 palestinos foram mortos. Há muito tempo ele nega as acusações contra ele.
(Reportagem adicional de Ahmed Elimam em Dubai e Ali Sawafta em Ramallah)