Por Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) - Mohamed al-Fayed, o bilionário egípcio que comprou a loja de departamentos britânica Harrods e promoveu a desacreditada teoria da conspiração de que a família real britânica estava por trás da morte de seu filho e da princesa Diana, morreu aos 94 anos, anunciou sua família.
Nascido na cidade egípcia de Alexandria, Al-Fayed começou sua carreira vendendo refrigerantes e depois trabalhou como vendedor de máquinas de costura. Ele construiu a fortuna de sua família no setor imobiliário, marítimo e de construção, primeiro no Oriente Médio e depois na Europa.
Embora Al-Fayed possuísse símbolos do establishment como a Harrods, o clube de futebol Fulham e o hotel Ritz em Paris, ele sempre foi um "outsider" no Reino Unido, tolerado mas não abraçado.
Ele se desentendeu com o governo britânico devido à sua recusa em conceder-lhe a cidadania do país que foi seu lar durante décadas, e muitas vezes ameaçou mudar-se para França, país que lhe concedeu a Legião de Honra, a sua mais alta condecoração civil.
Al-Fayed -- que podia ser charmoso, autocrático, vingativo e às vezes extremamente franco -- passou 10 anos tentando provar que Diana e seu filho Dodi foram assassinados quando seu carro bateu em um túnel em Paris em 1997, enquanto tentavam fugir de fotógrafos paparazzi em motos.
Sem oferecer qualquer prova, de acordo com o inquérito sobre a morte de Diana, ele alegou que ela estava grávida de um filho de Dodi e acusou o príncipe Philip, marido da rainha, de ordenar aos serviços de segurança britânicos que a matassem para impedi-la de casar com um muçulmano e de ter o filho dele.
Al-Fayed morreu na quarta-feira, disse sua família, um dia antes do 26º aniversário da morte de Dodi e Diana.
(Reportagem de Andrew MacAskill; reportagem adicional de Nilutpal Timsina em Bengaluru)