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GENEBRA (Reuters) - As mortes de trabalhadores humanitários aumentaram quase um terço, chegando a quase 400 no ano passado, o ano mais letal desde que os registros começaram em 1997, e o conflito em Gaza continua a causar altas taxas de mortalidade para o pessoal humanitário em 2025, mostraram dados da ONU e outros.
Em 2024, 383 trabalhadores humanitários foram mortos, quase metade deles em Gaza e nos territórios palestinos ocupados, disse a ONU na terça-feira, citando um banco de dados.
"Ataques dessa escala, sem responsabilização alguma, são uma acusação vergonhosa de inação e apatia internacional", disse Tom Fletcher, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, em um comunicado.
Até agora neste ano, 265 trabalhadores humanitários foram mortos, de acordo com dados provisórios do Aid Worker Security Database, uma plataforma financiada pelos EUA que compila relatórios sobre os principais incidentes de segurança que afetam os trabalhadores humanitários.
Desses, 173 estavam em Gaza durante a ofensiva de quase dois anos de Israel contra os militantes do Hamas, lançada após os ataques transfronteiriços mortais de 7 de outubro de 2023 por militantes liderados pelo Hamas, segundo dados provisórios.
Este ano, 36 trabalhadores humanitários foram mortos até agora no Sudão e três na Ucrânia, segundo o banco de dados.
Em um incidente em Gaza que atraiu a condenação internacional, 15 trabalhadores humanitários e de emergência foram mortos por fogo israelense em três tiroteios separados em março, antes de serem enterrados em uma cova rasa.
Os militares de Israel disseram em abril que os incidentes resultaram de um "mal-entendido operacional" e de uma "violação de ordens". Houve "várias falhas profissionais" e um comandante seria demitido, afirmaram.
Os trabalhadores humanitários gozam de proteção sob a lei humanitária internacional, mas os especialistas citam poucos precedentes de casos desse tipo que vão a julgamento, com preocupações sobre a garantia de acesso futuro para grupos de ajuda e a dificuldade de provar a intenção citadas como impedimentos.
"É catastrófico, e a tendência está indo na direção oposta do que deveria", disse Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU.
(Reportagem de Emma Farge)