Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - O líder da oposição russa Alexei Navalny, que está preso, disse nesta quarta-feira que investigadores abriram o que ele chamou de um processo "absurdo" de terrorismo contra ele que pode condená-lo a mais 30 anos de prisão.
Navalny, um ex-advogado que ganhou destaque satirizando a elite do presidente Vladimir Putin e alegando vasta corrupção, está cumprindo sentenças combinadas de 11 anos e meio por fraude e desrespeito ao tribunal sob acusações que, segundo ele, foram forjadas para silenciá-lo.
O líder da oposição de 46 anos participou de audiência em um tribunal de Moscou via link de vídeo na quarta-feira, vestido com uma jaqueta preta de presidiário russo e parecendo magro, como parte de um processo de extremismo, disseram repórteres da Reuters no tribunal.
Foi a primeira vez que ele foi visto em público desde que seus aliados disseram no início deste mês que ele estava sofrendo de dor de estômago na prisão que poderia ser algum tipo de veneno de ação lenta. Ele sorriu e brincou com os repórteres até que seu link de vídeo fosse silenciado.
"Eles fizeram acusações absurdas, pelas quais eu enfrento 30 anos de prisão", disse ele em comunicado divulgado por seus apoiadores.
Não ficou imediatamente claro com o que o processo de terrorismo poderia estar relacionado, mas o Serviço Federal de Segurança da Rússia, principal sucessor da KGB da era soviética, disse que a Ucrânia e figuras da oposição russa de um fundo criado por Navalny estavam por trás do assassinato de um proeminente blogueiro de guerra em um café em São Petersburgo.
Navalny afirmou ser absurdo argumentar que ele cometeu terrorismo enquanto estava na prisão. Ele disse que o caso será julgado por um tribunal militar.