MADRID (Reuters) - Restos mortais encontrados em um túmulo no noroeste da Espanha provavelmente pertencem a um bispo do século IX que se acredita ter ajudado a criar o Caminho de Santiago, uma das peregrinações mais populares do cristianismo, segundo um novo estudo.
Uma combinação de análise óssea, datação por carbono, análise de isótopos estáveis e testes de DNA produziu dados que "apoiam a possibilidade" de que os ossos humanos encontrados em 1955 sejam do bispo Teodomiro, de acordo com um artigo publicado nesta terça-feira na revista "Antiquity".
A tradição oral, posteriormente registrada, diz que Teodomiro descobriu a tumba do Apóstolo Santiago entre 820 e 830 d.C. após uma revelação divina no que hoje é Santiago de Compostela, a capital da região da Galícia.
A notícia da descoberta chegou ao rei Alfonso II, da região vizinha das Astúrias, que marchou com sua corte de Oviedo para Santiago.
A peregrinação real de 146 quilômetros estabeleceu o que hoje é conhecido como o "Caminho Primitivo", o caminho mais antigo usado pelos peregrinos do Caminho de Santiago.
A existência de Teodomiro foi muito debatida até 1955, quando o arqueólogo espanhol Manuel Chamoso Lamas descobriu uma lápide embaixo da catedral de Santiago de Compostela com seu nome inscrito.
Patxi Perez-Ramallo, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, que liderou o estudo mais recente sobre o bispo, disse ao jornal El País que há "98% de probabilidade de ser Teodomiro".
(Por David Latona)