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Por Steve Gorman
LOS ANGELES (Reuters) - O Legislativo da Califórnia aprovou nesta quinta-feira um pacote de redistritamento com o objetivo de dar aos democratas mais cinco cadeiras no Congresso dos Estados Unidos, anulando vantagem partidária que o presidente Donald Trump espera obter com um plano republicano de redistritamento no Texas.
Os democratas da Califórnia aprovaram os três projetos de lei no Senado e na Assembleia estadual em uma enxurrada de ações rápidas, pouco antes da sexta-feira, quando venceria o prazo para votação dos distritos recém-desenhados a tempo de valerem para uma eleição em 4 de novembro.
A rápida aprovação das medidas marcou uma vitória decisiva para o governador Gavin Newsom, que liderou a resistência contra o que ele e seus colegas democratas em todo o país consideram uma tentativa de Trump, no Estado do Texas, liderado pelos republicanos, de tomar o poder.
Newsom, que conta com uma supermaioria democrata em ambas as casas do Legislativo da Califórnia, busca o apoio dos eleitores para seu plano. Se for bem-sucedido, ele vai neutralizar o projeto de lei do Texas apoiado por Trump, criado para transferir cinco cadeiras democratas para o controle republicano na Câmara dos Deputados dos EUA.
Os republicanos, incluindo Trump, reconheceram abertamente que a iniciativa do Texas visa aumentar sua influência política, ajudando a preservar a pequena maioria do partido na Câmara dos Deputados dos EUA nas eleições de meio de mandato de novembro de 2026. Essa eleição já está se configurando como uma disputa acirrada.
Os democratas, por outro lado, caracterizaram sua tentativa de se afastar do processo usual de redistritamento independente e bipartidário da Califórnia -- adotado pelos eleitores em 2008 -- como uma estratégia temporária de "emergência" para combater o que eles consideram movimentos extremos dos republicanos para manipular injustamente o sistema.
Segundo os democratas, mais de 70% de seus distritos recém-desenhados foram adotados a partir de mapas usados pela comissão independente na formulação dos limites atuais.
"As cartas estão contra nós, então o que precisamos fazer é reagir", disse a senadora da Califórnia Lena Gonzalez, coautora do plano de redistritamento, enquanto o Senado estadual iniciava o debate em plenário sobre o projeto de lei.
O senador republicano Tony Strickland discordou. "Esses mapas foram desenhados a portas fechadas", declarou.
Em seis horas as duas Casas do Legislativo aprovaram as três medidas, votando de acordo com as linhas partidárias para aprovar cada projeto de lei.
Diferentemente da iniciativa da Califórnia, as novas linhas distritais desenhadas no Texas entrariam em vigor sem a aprovação dos eleitores, embora os democratas tenham prometido contestar o plano no tribunal.
A medida do Texas superou um grande obstáculo na quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados do Estado, em Austin, a adotou em uma votação partidária por 88 votos a 52. A expectativa é que o Senado do Texas aprove a medida em seguida. As duas versões do projeto de lei talvez precisem ser conciliadas antes que a legislação seja encaminhada ao governador republicano Greg Abbott.
Democratas e grupos de direitos civis afirmam que o novo mapa do Texas dilui ainda mais o poder de voto dos eleitores hispânicos e negros, violando a lei federal que proíbe o redesenho das linhas políticas com base na discriminação racial ou étnica.
(Reportagem de Steve Gorman em Los Angeles; reportagem adicional de Joseph Ax)