Por Andrew Osborn
MOSCOU (Reuters) - Peritos vasculharam nesta quinta-feira os destroços de um jato que supostamente transportava o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, dois meses depois de ele ter liderado um motim contra a liderança do Exército.
Os peritos abriram uma investigação criminal, mas não houve nenhuma informação oficial sobre o que pode ter causado a queda de quarta-feira à noite, ou mesmo confirmação oficial da morte de Prigozhin, além de uma declaração da autoridade aeronáutica dizendo que ele estava na lista de passageiros.
O Kremlin e o Ministério da Defesa também não fizeram comentários sobre o destino de Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner e autodeclarado inimigo do alto escalão do Exército, devido ao que ele disse ser o processo incompetente da guerra da Rússia na Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma declaração virtual numa reunião de cúpula do Brics na África do Sul, na qual o seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, estava presente. Nenhum dos dois fez referência à queda do avião na qual 10 pessoas teriam morrido.
A mídia estatal russa deu ao desastre uma cobertura discreta.
O jato executivo Legacy 600, fabricado pela Embraer (BVMF:EMBR3), que voava de Moscou a São Petersburgo e supostamente transportava também membros graduados da equipe de Prigozhin, caiu perto da vila de Kuzhenkino, na região de Tver, ao norte da capital do país.
O meio de comunicação Baza, que dispõe de fontes entre as agências responsáveis pela aplicação da lei, informou que a investigação está concentrada na teoria de que uma ou duas bombas podem ter sido colocadas a bordo.
Fontes não identificadas disseram à mídia russa que acreditavam que o avião havia sido abatido por um ou mais mísseis. A Reuters não conseguiu confirmar nenhum dos relatos.
Moradores de Kuzhenkino disseram ter ouvido um estrondo e depois visto o jato cair no chão. O avião não mostrou nenhum sinal de problema até uma queda abrupta nos últimos 30 segundos, de acordo com dados de rastreamento de voo.
Um morador, que se identificou como Anatoly, disse: "Não foi um trovão, foi um estrondo metálico – vamos colocar dessa forma".