Por Devjyot Ghoshal e Krishna N. Das
MUZAFFARNAGAR, Índia (Reuters) - Os indianos foram às urnas nesta quinta-feira, início de uma eleição geral gigantesca na qual o primeiro-ministro, Narendra Modi, busca um segundo mandato depois de uma campanha intensa com uma plataforma de segurança nacional após episódios de tensão com o vizinho Paquistão.
As pessoas caminharam, pedalaram e usaram tratores para ir às seções eleitorais no maior exercício democrático do mundo – quase 900 milhões de pessoas estão aptas a votar durante sete fases realizadas ao longo de 39 dias, e a contagem dos votos está marcada para 23 de maio.
"Jamais deixei de dar meu voto na vida", disse Anima (SA:ANIM3) Saikia, 61 anos, moradora de Assam, Estado do nordeste indiano, que foi uma das primeiras eleitoras da primeira fase.
"Esta é a única vez em que podemos fazer algo. O jogo está em nossas mãos agora."
Estimulado por um aumento do fervor nacionalista após as hostilidades de fevereiro com o Paquistão, o partido nacionalista hindu de Modi, Bharatiya Janata (BJP), chegou à eleição com vantagem, mostraram pesquisas de opinião.
Mas a aflição decorrente do desemprego crescente e das rendas fracas da agricultura em áreas rurais, que abrigam dois terços dos indianos, deve render uma maioria muito inferior do que a da votação de 2014 à aliança do BJP.
"Ele melhorou o posicionamento global da Índia e se vingou de nossos inimigos", disse Sachin Tyagi, de 38 anos, proprietário de uma loja de celulares, à Reuters perto de uma seção eleitoral do norte de Uttar Pradesh, o Estado mais populoso do país.
"Estou feliz com Modi-ji, mas a situação do desemprego pode ser melhorada", acrescentou, usando um sufixo honorífico.
Embora a tensão com Islamabad tenha insuflado o sentimento nacionalista, analistas políticos dizem que o BJP não está insistindo em propagar a cultura hindu em um país no qual um quinto da população de cerca de 1,3 bilhão de pessoas pertence a outras religiões.
Um dos distritos eleitorais de Uttar Pradesh votando é o de Muzaffarnagar, onde confrontos entre hindus e muçulmanos deixaram 65 mortes durante a última eleição.
"Modi trabalhou, mas não fez o suficiente por nós", disse Shadab Ali, muçulmano que votava pela primeira vez. "Queremos desenvolvimento. Votei pelo desenvolvimento."
(Reportagem adicional de Jatindra Dash em Bhubaneswar; Zarir Hussain em Guwahati; Danish Siddiqui em Alipurduar; Subrata Nagchoudhury em Kolkata; Aftab Ahmed em Sunil Kataria em Nova Déli; Fayaz Bukhari em Srinagar e Adnan Abidi em Majuli)