Por Sofía Menchú
CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - Promotores e investigadores da Guatemala acusaram nesta sexta-feira o presidente, Otto Pérez Molina, de participação em uma fraude alfandegária que levou à prisão de sua ex-vice-presidente poucas horas antes, aprofundando a crise política do país da América Central poucos dias antes das eleições.
Depois de meses de investigação e de análises de quase 90.000 escutas telefônicas, o Ministério Público e a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) apontaram o presidente e Roxana Baldetti como líderes de uma grande estrutura de subornos aduaneiros conhecida como "A Linha".
"Descobrimos que em toda a organização... há um nível superior com a participação muito lamentável do presidente e da senhora Baldetti", disse em entrevista coletiva o colombiano Iván Velásquez, comissionado pela Cicig, cujas investigações são apoiadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelos Estados Unidos.
Se a medida for corroborada pela Suprema Corte, o Congresso --onde nenhum grupo tem a maioria-- deve decidir depois, com o apoio de um terço dos parlamentares, se tirará a imunidade do mandatário para que seja investigado.
A Guatemala elegerá seu próximo presidente em 6 de setembro.
Os escândalos de corrupção têm abalado o partido governista nas pesquisas e seu candidato, Mario García, está em último lugar na intenção de votos. O empresário conservador Manuel Baldizón lidera a disputa.