Por Christian Shepherd
PEQUIM (Reuters) - O turista norte-americano Nicholas Burkhead disse que ficaria feliz de voltar a seu último destino de férias, onde conheceu paisagens lindas, ótima comida e um povo amigável.
O problema é que esse destino é a Coreia do Norte, e o Departamento de Estado dos EUA impôs uma proibição de viagens ao país isolado que entra em vigor na sexta-feira.
Burkhead, que tem 35 anos e mora em Tulsa, em Oklahoma, foi um dos últimos turistas norte-americanos a deixar a Coreia do Norte, pousando em Pequim nesta quinta-feira.
"Fiquei surpreso de ver o quão amigáveis todos foram", disse Burkhead depois de sair do último voo saindo de Pyongyang, a capital norte-coreana, rumo a Pequim antes da adoção da proibição.
"Foi muito relaxante, paisagens lindas, e eles nos alimentaram muito bem nos restaurantes lá, mas a taxa de câmbio não era muito boa para o won local", disse ele a um aglomerado de repórteres à espera.
Burkhead chegou à capital chinesa em um voo da estatal norte-coreana Air Koryo depois de visitar Pyongyang e a cidade de Kaesong, próxima da fronteira fortemente protegida com a Coreia do Sul. Seu passeio de cinco dias custou 2.200 dólares.
Entre os outros norte-americanos no voo estavam dois agentes humanitários e Jamie Banfill, de 32 anos, que já organizou passeios à Coreia do Norte, mas desta vez a visitava como turista.
Banfill, que foi se despedir depois de passar uma década viajando frequentemente ao país recluso, disse que a proibição de viagens é uma decisão míope.
"É uma situação extremamente complexa na península coreana e eles a simplificaram excessivamente", opinou.
No mês passado os EUA anunciaram que todos os portadores de passaportes norte-americanos estarão impedidos de viajar à Coreia do Norte a partir de 1º de setembro. Jornalistas e agentes humanitários podem solicitar isenções da proibição, que é semelhante a restrições adotadas anteriormente pelos EUA para viagens ao Iraque e à Líbia.
Não ficou claro de imediato quantos norte-americanos pediram, ou receberam, isenções ou quantos ainda estão em solo norte-coreano. Uma autoridade do Departamento de Estado disse que não seria capaz de fornecer uma estimativa sobre o número de cidadãos de seu país na Coreia do Norte.
A Coreia do Norte está sofrendo uma pressão internacional crescente devido a seus testes nucleares e seus disparos de mísseis balísticos frequentes, incluindo um nesta semana que passou por cima do norte do Japão.
(Reportagem adicional de James Pearson (LON:PSON), em Seul, e David Brunnstrom, em Washington)