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Por Guy Faulconbridge e Dmitry Antonov
MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, está preparado para se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, mas todas as questões precisam ser resolvidas primeiro e há uma dúvida sobre a autoridade de Zelenskiy para assinar um acordo de paz, disse o ministro das Relações Exteriores de Putin nesta quinta-feira.
Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump, se reuniram na sexta-feira no Alasca para a primeira cúpula Rússia-EUA em mais de quatro anos e os dois líderes discutiram como acabar com a guerra mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Após as conversas da cúpula no Alasca, Trump disse na segunda-feira que havia começado a organizar uma reunião entre os líderes russo e ucraniano, a ser seguida por uma cúpula trilateral com o presidente dos EUA.
Perguntado pelos repórteres se Putin estava disposto a se encontrar com Zelenskiy, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse: "Nosso presidente tem dito repetidamente que está pronto para se reunir, inclusive com o sr. Zelenskiy".
Lavrov, no entanto, acrescentou uma ressalva: "Com o entendimento de que todas as questões que exigem consideração no mais alto nível serão bem trabalhadas, e especialistas e ministros prepararão recomendações apropriadas".
"E, é claro, com o entendimento de que quando e se -- esperamos, quando -- for necessário assinar acordos futuros, a questão da legitimidade da pessoa que assina esses acordos do lado ucraniano será resolvida", disse Lavrov.
Putin tem levantado repetidamente dúvidas sobre a legitimidade de Zelenskiy, já que seu mandato expiraria em maio de 2024, mas a guerra significa que nenhuma nova eleição presidencial foi realizada ainda. Kiev afirma que Zelenskiy continua sendo o presidente legítimo.
As autoridades russas dizem se preocupar que, se Zelenskiy assinar o acordo, um futuro líder da Ucrânia poderá contestá-lo com base no fato de que o mandato de Zelenskiy havia tecnicamente expirado.
Zelenskiy disse esta semana que Kiev gostaria de uma "forte reação" de Washington se Putin não estivesse disposto a se sentar para uma reunião bilateral com ele.
GUERRA OU PAZ?
Os líderes europeus dizem que estão céticos quanto a Putin estar realmente interessado na paz, mas estão buscando uma maneira confiável de garantir a segurança da Ucrânia como parte de um possível acordo de paz com envolvimento mínimo dos EUA.
Lavrov disse estar claro que nem a Ucrânia nem os líderes europeus querem a paz. Ele acusou a chamada "coalizão dos dispostos" -- que inclui importantes potências europeias, como Reino Unido, França, Alemanha e Itália -- de tentar minar o progresso feito no Alasca.
"Eles não estão interessados em um acordo sustentável, justo e de longo prazo", afirmou Lavrov sobre a Ucrânia. Ele disse que os europeus estão interessados em conseguir a derrota estratégica da Rússia.
"Os países europeus seguiram o sr. Zelenskiy até Washington e tentaram avançar sua agenda lá, que visa assegurar que as garantias de segurança sejam baseadas na lógica de isolar a Rússia", declarou Lavrov, referindo-se à reunião de segunda-feira entre Trump, Zelenskiy e os líderes das principais potências europeias na Casa Branca.