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Por Ben Blanchard e Ryan Woo
TAIPÉ/PEQUIM (Reuters) - O governo de Taiwan disse nesta quarta-feira que a China está tentando criar a base legal para um futuro ataque com sua interpretação "enganosa" de uma resolução importante da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma disputa crescente sobre quem tem o direito de reivindicar a soberania sobre a ilha.
A China afirma que a resolução 2758 da ONU de 1971, que levou à expulsão de Taiwan do órgão e à assunção de um assento na ONU por Pequim, dá respaldo legal internacional às suas reivindicações sobre a ilha, e reiterou esse ponto em uma longa declaração do Ministério das Relações Exteriores na terça-feira.
Taiwan, formalmente chamada de República da China e cujo governo fugiu para a ilha em 1949 depois de perder uma guerra civil para os comunistas de Mao Tsé-tung, diz que isso é um absurdo, já que a resolução não menciona Taiwan e que, de qualquer forma, a República Popular da China nunca governou a ilha.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse em um comunicado que a China está "deliberadamente enganando" a comunidade internacional com sua caracterização da resolução.
"Isso tem como objetivo criar uma base legal para alterar o status quo no Estreito de Taiwan e para um futuro ataque militar contra Taiwan", disse.
"Somente o governo democraticamente eleito de Taiwan pode representar os 23 milhões de habitantes de Taiwan no sistema das Nações Unidas e nos mecanismos internacionais multilaterais", acrescentou o ministério.
O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A China nunca renunciou ao uso da força para colocar Taiwan sob seu controle e envia regularmente seus militares para as águas e os céus ao redor da ilha.
A China afirma que Taiwan é apenas uma de suas províncias.
A declaração de seu Ministério das Relações Exteriores na terça-feira, repleta de linguagem da era da Guerra Fria sobre o governo "reacionário" da República da China e a "camarilha" de seu falecido líder Chiang Kai-shek, disse que a República Popular é a legítima herdeira do governo de toda a China, incluindo Taiwan, após a revolução de 1949.
"Qualquer tentativa de desafiar a resolução 2758 constitui não apenas um desafio à soberania e à integridade territorial da China, mas também um desafio à autoridade da ONU", afirmou.
A China ficou furiosa com os comentários dos Estados Unidos e de alguns de seus aliados sobre a resolução.
O Departamento de Estado dos EUA, em comentários fornecidos à Reuters sobre a última declaração chinesa sobre o assunto, disse que a "descaracterização intencional e o mau uso da resolução 2758" faz parte das "tentativas coercitivas mais amplas da China de isolar Taiwan da comunidade internacional".
A resolução não impõe limites à escolha soberana de qualquer país de se envolver substancialmente com Taiwan, acrescentou o Departamento de Estado.
(Reportagem de Ben Blanchard e Ryan Woo; Reportagem adicional de David Brunnstrom, em Washington)