Por Simon Evans
NASSAU, Bahamas (Reuters) - O candidato a presidente da Fifa Luis Figo criticou o que chamou de falta de democracia no congresso da Concacaf nesta quinta-feira, depois que o atual presidente da entidade que controla o futebol mundial, Joseph Blatter, foi o único candidato com chance de falar.
Antes dos discursos das 10 federações da Confederação da América do Norte, Central e Caribe, Blatter falou ao congresso e disse que a Concacaf deveria ter uma vaga extra na Copa do Mundo.
Mas nenhum dos outros candidatos - Figo, o presidente da Associação Holandesa de Futebol Michael van Praag ou o príncipe da Jordânia Ali bin al-Hussein - teve a oportunidade de falar.
"Quando alguns falam e outros são silenciados, a democracia e o futebol perdem. As eleições são, por definição, um processo democrático. Caso contrário, não são eleições", afirmou Figo à Reuters.
"Eu sou um defensor incondicional da democracia. A democracia é essencial na sociedade moderna. Continuo a acreditar que as eleições da Fifa têm que ser transparentes."
A sessão tinha o objetivo de discutir a ata da reunião anterior, mas durante o evento Blatter recebeu promessas de apoio das 10 federações em um congresso que rapidamente se transformou num comício para apoiar o atual presidente da Fifa.
Os discursos de apoio a Blatter parecem ter sido coordenados, e um deles até comparou o dirigente suíço de 79 anos a Jesus Cristo.
Figo, ex-meio-campista de Barcelona e Real Madrid, disse que estava descontente com a forma como o congresso abordou a eleição de 29 de maio.
"Os candidatos à presidência da Fifa não foram autorizados a falar no congresso da Concacaf, mas algumas intervenções de campanha ocorreram sem estar na agenda", declarou o português.
"Deixo as Bahamas com apoio importante nas Américas e uma vontade reforçada de implementar mudanças", completou.