Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - Um juiz de Nova York recusou-se, pela terceira vez, a se afastar do caso em que Donald Trump foi condenado por acusações envolvendo o pagamento de suborno a uma estrela pornô, rejeitando a alegação do ex-presidente dos Estados Unidos de conflito de interesses relacionado ao trabalho de consultoria política realizado pela filha do juiz.
Como fez em abril passado e em agosto de 2023, o juiz Juan Merchan, em uma decisão divulgada na quarta-feira, negou um pedido dos advogados de Trump para que ele se recusasse a participar do primeiro caso envolvendo acusações criminais contra um ex-presidente dos EUA. Merchan deve anunciar sentença contra Trump em 18 de setembro.
"O réu não forneceu nada de novo para ser considerado por esta corte. O advogado apenas repetiu argumentos que já foram negados por este tribunal e por tribunais superiores" e que estavam "repletos de imprecisões e alegações sem fundamento", escreveu Merchan na decisão, datada de 13 de agosto.
Trump foi considerado culpado por um júri em 30 de maio por 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais por ter encoberto o pagamento de 130.000 dólares feito pelo ex-advogado pessoal Michael Cohen à atriz de filmes adultos Stormy Daniels para evitar um escândalo sexual antes da eleição de 2016 nos EUA.
Dois meses depois, seus advogados fizeram o terceiro pedido para que Merchan se afastasse, argumentando que o trabalho de sua filha para uma consultoria política que conta com campanhas democratas entre seus clientes - incluindo a candidatura malsucedida de Kamala Harris para a indicação presidencial democrata de 2020 - representava um conflito de interesses.
Kamala, agora vice-presidente, é a candidata presidencial democrata que enfrentará o candidato republicano Trump na eleição de 5 de novembro nos EUA.