Por Susan Cornwell e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostrou insatisfação nesta terça-feira com o acordo no Congresso sobre orçamento para a segurança de fronteira do país, que não inclui recursos para seu prometido muro, mas não o rejeitou de imediato e indicou que não prevê nova paralisação do governo.
Trump, que desencadeou uma paralisação de 35 dias de cerca de um quarto do governo federal, exigindo do Congresso 5,7 bilhões de dólares para ajudar a construir o muro na fronteira com o México, disse que ainda não decidiu se apoiará o acordo firmado na segunda-feira entre democratas e republicanos.
O financiamento do Departamento de Segurança Interna, do Departamento de Justiça e de uma série de outras agências expirará na sexta-feira, sob um projeto orçamentário temporário aprovado pelo Congresso no mês passado para encerrar a maior paralisação federal da história dos EUA.
"Eu tenho que estudá-lo. Não estou feliz com ele", disse Trump a repórteres na Casa Branca, em referência ao acordo orçamentário preliminar, que ainda precisaria ser aprovado pela Câmara dos Deputados, controlada por democratas, pelo Senado, controlado por republicanos, e sancionado por ele.
O acordo preliminar inclui recursos para segurança de fronteira e para as partes afetadas do governo, financiadas até 30 de setembro, o final do ano fiscal.
O presidente republicano enviou mensagens contraditórias sobre uma nova paralisação.
"Não acho que vocês verão uma paralisação", disse Trump, mas acrescentou: "Se houvesse, seria culpa dos democratas".
Parlamentares republicanos têm se mostrado pouco dispostos a enfrentar uma nova paralisação após serem fortemente criticados pela anterior.
Os comentários do líder da maioria do Senado, Mitch McConnell, sobre o acordo alcançado de segunda-feira deixaram pouca dúvida de que o principal republicano do Congresso quer que Trump apoie os termos.
O principal democrata do Senado, Chuck Schumer, foi mais direto, dizendo, "Eu peço veementemente que o presidente sancione isso".
Fontes do Congresso dizem que o acordo inclui 1,37 bilhão de dólares para novas cercas ao longo de 90 km da fronteira sul dos EUA, mas apenas para modelos já usados. O termos também abordam a capacidade de instalações para detenção de imigrantes, especificamente o número de camas para pessoas que aguardam uma possível deportação.