Vice-presidente dos EUA diz que política de Trump rejeita anexação israelense da Cisjordânia

Publicado 23.10.2025, 09:49
Atualizado 23.10.2025, 09:56
© Reuters.

Por Simon Lewis e Alexander Cornwell

TEL AVIV (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, disse nesta quinta-feira que o presidente Donald Trump se oporia à anexação israelense da Cisjordânia ocupada e que isso não vai acontecer, um dia depois que parlamentares israelenses lançaram uma legislação para esse fim.

Vance falou depois que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, alertou que os movimentos em direção à anexação do território que os palestinos buscam para fazer parte de um Estado independente poderiam colocar em risco o plano de Trump para acabar com a guerra de Gaza que rendeu um cessar-fogo instável até agora.

"A Cisjordânia não será anexada por Israel. A política do presidente Trump é que a Cisjordânia não será anexada. Essa sempre será nossa política", afirmou Vance durante uma viagem a Israel para ajudar a reforçar a trégua em Gaza.

O ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, disse, após as falas de Vance, que o governo não havia decidido antecipar a votação sobre a anexação nesse estágio para garantir o sucesso do plano de várias etapas de Trump para Gaza.

Os EUA são, há muito tempo, o aliado mais poderoso e firme de Israel, e o governo Trump é particularmente próximo a Israel, com considerável influência sobre sua liderança.

Autoridades graduadas dos EUA, incluindo Rubio, têm visitado Israel na tentativa de manter vivo o frágil cessar-fogo entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, após dois anos de guerra devastadora que abalou o Oriente Médio.

Vance disse aos repórteres em Tel Aviv que "se sente muito bem" com o cessar-fogo em Gaza, depois de conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Repetidos tiroteios e explosões têm abalado o acordo e os dois lados trocaram culpas pelas violações de sua primeira fase, que viu o retorno de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, a entrega dos corpos de alguns reféns mortos e a retirada parcial das tropas israelenses.

Ambos os lados reiteraram seu compromisso com o cessar-fogo mediado pelos EUA após dois anos de guerra desencadeada pelo ataque transfronteiriço do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas, de acordo com os registros israelenses.

A guerra aérea e terrestre de Israel em resposta matou mais de 68.000 pessoas e reduziu a escombros grande parte da pequena e altamente urbanizada Faixa de Gaza, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

O Departamento de Estado dos EUA disse que Rubio estava visitando Israel para apoiar a implementação do plano de 20 pontos de Trump para Gaza e preparar o caminho para a reconstrução, governança estável e possíveis passos para a criação de um Estado palestino.

 

PARLAMENTO ISRAELENSE DÁ PASSO PARA ANEXAR CISJORDÂNIA

Um projeto que aplica a lei israelense à Cisjordânia, um movimento equivalente à anexação do território que Israel capturou na guerra de 1967 no Oriente Médio, obteve aprovação preliminar dos parlamentares israelenses na quarta-feira.

Há centenas de milhares de pessoas vivendo em assentamentos judaicos na Cisjordânia. As Nações Unidas e grande parte da comunidade internacional consideram os assentamentos ilegais de acordo com a lei internacional.

O governo de Israel cita conexões bíblicas e históricas com a Cisjordânia, território que considera disputado, e se opõe ao estabelecimento de um Estado palestino.

Os assentamentos são uma questão altamente volátil que há décadas se apresenta como um grande obstáculo à paz no Oriente Médio, pois fragmentam o território que os palestinos desejam para um Estado viável.

A votação de quarta-feira foi a primeira das quatro necessárias para aprovar a lei e coincidiu com a visita de Vance a Israel -- um mês depois que Trump disse que não permitiria que Israel anexasse o território.

(Reportagem adicional de Ahmed Elimam e Tala Ramadan em Dubai)

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