Por Lili Bayer (ETR:BAYGN) e Andrew Gray
BRUXELAS (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu aos países europeus nesta quinta-feira que forneçam garantias para proteger a Ucrânia após o fim da guerra com a Rússia, mas disse que isso não seria suficiente sem o apoio dos Estados Unidos sob o comando de Donald Trump.
Enquanto os combates desencadeados pela invasão russa de 2022 continuam sem fim à vista, autoridades ocidentais e ucranianas começaram a discutir cenários pós-guerra, motivados em parte pela promessa do presidente eleito Trump de levar o conflito a uma conclusão rápida.
Ao discursar em uma cúpula de líderes da União Europeia, Zelenskiy saudou a proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, de enviar tropas para a Ucrânia após um eventual cessar-fogo.
Ele disse aos líderes que era "crucial para a Europa fazer uma contribuição significativa para as garantias de segurança".
"Apoiamos a iniciativa da França de enviar um contingente militar para a Ucrânia como parte dessas garantias e conclamamos outros parceiros a se juntarem a esse esforço, o que ajudará a pôr fim à guerra", disse ele na reunião a portas fechadas, de acordo com um texto publicado em seu site.
Zelenskiy disse que a Ucrânia precisaria, em última instância, de mais proteção por meio da adesão à aliança militar da Otan. A Otan disse que a Ucrânia se juntará a ela um dia, mas ainda não definiu uma data ou emitiu um convite.
Nesse meio tempo, disse Zelenskiy, a Ucrânia poderia ter garantias separadas das nações europeias e dos Estados Unidos.
"É impossível discutir isso apenas com os líderes europeus, porque para nós, as garantias reais em qualquer caso -- hoje ou no futuro -- são da Otan", disse ele a repórteres.
"No caminho para a Otan, queremos garantias de segurança enquanto não estivermos na Otan. E podemos discutir essas garantias separadamente com os EUA e a Europa", disse ele.
Se Trump estaria preparado para oferecer tais garantias é uma questão em aberto.
Trump tem pedido repetidamente um fim rápido para a guerra de quase três anos. Na segunda-feira, ele disse que Zelenskiy deveria estar pronto para chegar a um acordo de paz com o presidente russo, Vladimir Putin, embora não tenha dito se isso significava que Kiev cederia território a Moscou como parte de um acordo negociado.
As forças russas ocupam quase um quinto do território ucraniano e estão fazendo avanços constantes no leste do país.
MENSAGEM PARA TRUMP
Os líderes da UE pretendiam usar a cúpula desta quinta-feira para enviar um sinal claro a Trump sobre seu apoio contínuo à Ucrânia e enfatizar que qualquer acordo de paz deve envolver a Ucrânia e respeitar sua integridade territorial.
"O Conselho Europeu... enfatiza o princípio de que nenhuma iniciativa em relação à Ucrânia deve ser tomada sem a Ucrânia", disse uma declaração oficial emitida pela cúpula.
Zelenskiy disse que qualquer fim de conflito teria que ser duradouro.
"Não podemos viver com um conflito congelado em nosso território", disse ele a repórteres.