Afogados em liquidez
Dia positivo por aqui. Ninguém ligou para a saída de Calero do MinC metralhando Geddel.
Ações nos EUA no topo histórico, impulsionadas principalmente por expectativas em torno do possível corte de produção da OPEP. A isso se soma otimismo com Trump: há quem veja o mandato republicano à frente como uma via expressa para o crescimento. Make America Great Again.
Impressionante como o jogo virou, não é mesmo?
Nem em todo lugar: Draghi discursará diante do Europarlamento em Bruxelas. A julgar pelas declarações da semana passada, o Velho Continente continuará nadando em liquidez - mais do mesmo - a té se afogar.
Afogados em dívidas
Por falar em afogados, a crise fiscal dos Estados segue no centro das atenções em Brasília.
Temer convocou governadores para reunião amanhã. Que sacanagem: com os cofres dos Estados vazios, governadores ainda terão de comprar passagens na véspera. O contribuinte chora, a Gol agradece.
Mas todos irão pimpões: Eliseu Padilha, o boca-grande oficial da Esplanada dos Ministérios, deixou escapar na semana passada que o governo cogita lançar mão de parte dos 100 bilhões de reais que o BNDES devolverá ao Tesouro para ajudar os Estados.
Meirelles, furioso (e com razão), tratou de desmentir direto de Nova York.
Já disse, e insisto: tem gente tagarela demais nesse governo.
Afogados em descrédito
Merkel avisou que é candidata de novo. Já sabem: ao menor risco de perder, volta o discurso do fim do mundo.
Por falar em narrativa de fim do mundo, foi recorde o comparecimento às primárias do Partido Republicano francês. Lá, o apocalipse de atende pelo nome de Marine Le Pen.
Enfim: há muita coisa interessante acontecendo no mundo mas, infelizmente, os cientistas políticos estão demasiadamente ocupados fazendo proselitismo ideológico, ao passo que os "formadores de opinião" de sempre estão tentando reinventar o próprio discurso para minimizar os fiascos recentes.
E pensar que era justamente na credibilidade que a mídia tradicional pretendia se fiar para permanecer relevante no século XXI, não é mesmo?
Começo segunda-feira
Segunda-feira é o dia internacional da dieta.
É humana a tendência de postergar tudo que nos parece difícil ou penoso. Para alguns, é cuidar da saúde. Para outros, é cuidar do patrimônio.
Não se enganem: se metade da disciplina que tenho com finanças se aplicasse à alimentação, eu seria Mr. Universo.
O erro é sempre o mesmo: deixamos para depois, na expectativa de começar grande. Ao fim das contas, ou nunca damos o pontapé inicial ou desistimos tempos depois.
E a resposta é idêntica: que tal começar agora, e começar pequeno?
A Estratégia do Investimento Consistente só pede 30 reais por semana.
Aproveite que é segunda-feira e tome essa pequena decisão pelo seu futuro.
Hoje é dia de cortes, BB!
São de aplaudir de pé as inicativas anunciadas pelo Banco do Brasil (SA:BBAS3), que segue desafogando sua estrutura.
Caffarelli anunciou programa de incentivo à aposentadoria para 18 mil funcionários (com extinção de metade das posições), fechamento de 402 agências e conversão de 379 outras em postos de atendimento.
A estimativa é de economias de 750 milhões de reais por ano. Tudo visa elevar a rentabilidade do Banco para patamares mais próximos dos concorrentes privados (ROE normalizado de ITUB é na casa dos 20 por cento; BBDC, 18; BBAS, 14) e se adequar aos requisitos de Basileia III sem a necessidade de novos aportes de capital pelo Tesouro Nacional. Aí sim é bom para todos.
Com a melhora da rentabilidade, há de se reduzir o desconto a que BBAS negocia ante seus pares. Seguimos compradores.