Quando dizem que 2022 foi desafiador, poucos discordam. Imaginávamos que a retomada da economia no pós-pandemia aconteceria sem grandes dificuldades. Porém, a inflação causada pelos sucessivos estímulos e pelas tensões geopolíticas acrescentaram uma boa dose de incerteza nos mercados durante o ano.
A complexidade do ambiente de investimentos aumentou. Ainda que a questão dos conflitos entre países estivesse no radar dos gestores antes, hoje, mais do que nunca, ela se tornou fator fundamental para a composição de portfólios equilibrados.
Além disso, para conter o movimento inflacionário, os principais Bancos Centrais do mundo iniciaram um período de política monetária mais dura, ou seja, com juros mais altos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve elevou as taxas dos FED Funds do intervalo de 0-0,25% no início do ano para 4,25%-4,5% atuais com o mercado projetando um fim de ciclo em 5,25% e 5,50%.
Com a movimentação descrita acima, vimos o S&P 500 sair de uma trajetória positiva que vinha desde 2020 para um período de sucessivas baixas. Em janeiro o índice estava na casa dos 4.600 pontos e hoje encontra-se em 3.800.
Para que volte a subir, é necessário um cenário de inflação mais benigno em 2023 e esse não parece ser o caso no momento, segundo economistas.
No Brasil, a eleição de Lula adicionou novas incógnitas para o cenário.
Ainda que a reabertura da economia na China beneficie as commodities e os resultados do agronegócio ajudem, existem lições de casa a serem feitas na parte fiscal.
Diversos especialistas alertam que o país tem uma dívida grande, cara, curta e que, portanto, não cabe espaço para inovações na área econômica.
Em outras palavras, ainda que a nova equipe tenha sido anunciada, resta uma sinalização em relação ao arcabouço fiscal que entrará no lugar do teto de gastos.
A PEC da Transição no valor de R$145 bilhões agora conta com uma proposta de redução no tempo de duração para apenas um ano. Este ajuste, contudo, não resolve a questão uma vez que o que se discute é a origem dos recursos.
Durante a semana, o texto foi modificado pelos deputados em Brasília e aprovado pelo Senado.
Do lado do investidor, vale citar a frase do economista e professor de Cambridge, Elroy Dimson, sobre a qual alerta que “risco significa que mais coisas podem acontecer do que aquelas que vão acontecer”.
Da fala, podemos entender que a criação de uma carteira bem diversificada é fundamental uma vez que não podemos prever de onde virá a próxima crise.
Nos artigos anteriores, falei sobre estruturas de investimentos internacionais e suas peculiaridades exatamente com a intenção de ajudar você, investidora e investidor, a olhar para novos caminhos.
Mesmo dentro do Brasil existem maneiras de criar portfólios descorrelacionados e seguros. Contudo, ao longo do tempo, com o crescimento do patrimônio, sem dúvidas, é interessante considerar outros países em sua estratégia.
A grande questão neste ponto é que o mercado nunca para. Ele vive de ciclos e eventualmente é preciso que as pessoas que o formam se ajustem de acordo com “a maré”.
Dentro de uma ideia de construção de longo prazo, é preciso se manter atualizado e informado a fim de se proteger e rentabilizar melhor os seus recursos.
Se você ainda está no meio do caminho, a mensagem que eu tenho é para que não desista dos seus sonhos (objetivos).
2022 praticamente acabou, o Natal chegou e o que você fez para se planejar?
Corre que ainda dá tempo!
Bons negócios e até 2023!