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A AES Brasil (AESB3) e a modernização do setor elétrico

Por Matheus NóbregaAções16.03.2023 10:05
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A AES Brasil (AESB3) e a modernização do setor elétrico
Por Matheus Nóbrega   |  16.03.2023 10:05
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AESB3
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A AES Brasil (BVMF:AESB3) é uma companhia especializada na produção de energia elétrica, especialmente por meio de suas hidrelétricas, que constituem mais de 60% de sua capacidade de geração. No entanto, aqueles que monitoram sua trajetória recente devem ter notado que a AESB3 mudou sua estratégia nos últimos cinco anos e tem realizado uma série de investimentos para ampliar a diversidade de seu portfólio de usinas.

Anteriormente, em 2016, a empresa dependia totalmente das hidrelétricas, o que a colocava em risco caso o país enfrentasse uma situação hídrica desfavorável. 

Em 2014, uma prolongada estiagem afetou gravemente os reservatórios das hidrelétricas no país, causando prejuízos consideráveis. A AES Brasil, que naquela época concentrava todo o seu portfólio em usinas hidrelétricas, sofreu uma queda expressiva de 49% no seu lucro líquido entre os anos de 2013 e 2014, evidenciando os impactos significativos que a escassez de chuva pode gerar.

Fonte: Release de Resultados da empresa
Fonte: Release de Resultados da empresa

A partir de 2014, a situação hídrica no Brasil deteriorou-se consideravelmente. Os períodos de chuva foram insuficientes para encher os reservatórios e garantir a segurança do sistema elétrico. Como resultado, as usinas térmicas foram frequentemente acionadas, enquanto as hidrelétricas operavam com uma capacidade de geração bastante reduzida. Isso teve um impacto direto na margem Ebit da AES Brasil, uma vez que na época todo seu portfólio era voltado para as usinas hidrelétricas.

Devido à sua grande dependência das hidrelétricas, a AES Brasil é altamente afetada quando o Brasil enfrenta períodos de estiagem. Recentemente, o país passou por duas crises hídricas significativas, em 2014/2015 e 2020/2021. O impacto dessas crises nas usinas hidrelétricas da AES Brasil pode ser claramente visto na quantidade de energia gerada durante esses períodos.

No entanto, a empresa está ciente desses problemas e está investindo consideravelmente em outras fontes de energia, como eólica e solar, com o objetivo de diversificar seu portfólio e reduzir sua dependência das hidrelétricas.


Após sofrer uma grande queda em 2014, a AES Brasil reconheceu a necessidade de diversificar suas fontes de geração de energia elétrica e traçou um plano estratégico para alcançar esse objetivo. O primeiro passo desse plano foi a aquisição do Complexo Eólico Alto Sertão II, localizado na Bahia, que se tornou o primeiro projeto eólico da empresa e a primeira usina não-hidrelétrica a ser incorporada ao seu portfólio.

No mesmo ano, a empresa também adquiriu o Complexo Eólico de Ouroeste, que incluía uma usina de energia solar, a planta de Boa Hora. Posteriormente, em 2017, a AES Brasil arrematou um projeto para expandir o Complexo de Ouroeste com a construção de uma nova usina, a Água Vermelha. Essas aquisições marcaram uma importante mudança na estratégia da empresa, que passou a expandir suas usinas a outras fontes de energia, além das hidrelétricas.

Com a finalidade de diminuir sua exposição aos riscos associados à dependência das usinas hidrelétricas, a AES Brasil tem se empenhado em aumentar os investimentos em outras fontes de geração de energia elétrica. Até 2021, a empresa já possuía uma capacidade instalada de 3,7 GW, distribuída entre as fontes hídrica (2,7 GW), eólica (0,7 GW) e solar (0,3 GW), que geraram uma receita líquida de R$ 1,95 bilhão.

Embora esses novos investimentos tenham reduzido a vulnerabilidade da empresa em relação aos efeitos adversos da falta de chuva, ela ainda enfrentou impactos significativos durante a crise hídrica de 2021. É como se a empresa tivesse passado de um patamar de risco extremamente alto para um patamar de risco elevado. 

É importante salientar que, no curto prazo, a empresa ainda vai manter sua dependência das usinas hídricas, uma vez que a capacidade instalada das usinas eólicas e solares só deverá superar a das hidrelétricas em 2028, caso os projetos sejam desenvolvidos sem grandes obstáculos.

Assim, é imprescindível que os acionistas fiquem atentos às condições climáticas e a previsão do tempo, pois, como já visto, a falta de chuvas pode impactar significativamente a margem Ebit da companhia. 

Um aspecto crucial do modelo de negócio da empresa é que todas as concessões de suas usinas hidrelétricas expirarão em 2032. É importante notar que essas concessões não podem ser renovadas, ao contrário do que acontece na distribuição de energia. Portanto, a partir de 2032 até 2033, a empresa enfrentará uma redução de 2,7 GW em sua capacidade instalada, o que representa quase 40% da capacidade de geração projetada para esse período. Isso vai causar uma grande queda na receita líquida da companhia de 2032 para 2033. 

Ao realizar a modelagem de Fluxo de Caixa Descontado, todos esses aspectos foram considerados. Portanto, esse modelo nos apresenta um preço justo para as ações da AESB3 abaixo do seu valor de mercado atual. No entanto, a AES Brasil tem alguns gatilhos que podem destravar um considerável valor agregado para a companhia. O mais importante deles é a renovação das concessões das usinas hidrelétricas.

No início de 2022, havia uma grande expectativa em relação à aprovação do Projeto de Lei (PL) 414/2021, que visa modernizar o marco regulatório do setor elétrico e expandir o mercado livre de energia. No entanto, devido à agitação causada pelas eleições, o tempo passou e ainda não houve uma decisão clara sobre quando a Câmara dos Deputados irá finalmente votar sobre esse assunto.

Um dos aspectos interessantes desse PL diz respeito às outorgas de geração, que podem ter grande importância para o futuro da AES Brasil. Este ponto aborda a possibilidade de renovar as concessões das usinas por mais 30 anos, desde que uma parte significativa da energia gerada seja destinada ao mercado livre do setor.

Com essa nova regra, a AES Brasil vai ter a oportunidade de renovar a concessão de todas as suas hidrelétricas. Se isso acontecer, a empresa destrava um grande gatilho, já que essa grande queda observada na receita da companhia não vai ocorrer. 

A AES Brasil (AESB3) e a modernização do setor elétrico
 

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Comentários (8)
Heber Correa
Heber Correa 19.03.2023 12:46
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Eu acredito na AES Beasil!🙌🏼
Lauro J P Miranda
Lauro J P Miranda 19.03.2023 9:27
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Parabéns pelo artigo!
Edvaldo Urpia
Edvaldo Urpia 19.03.2023 9:13
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Ótima explanação.
Carlos Madeira
Carlos Madeira 16.03.2023 22:35
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Excelente artigo! Informações importantes para o investidor de forma sucinta e clara.
Matheus Christo
Matheus Christo 16.03.2023 18:28
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Muito bom.
elias nunes
elias nunes 16.03.2023 14:23
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Excelente texto. Parabéns! Continue trazendo esse tipo de informação muito importante para quem está começando no mercado financeiro. Sucesso em jornada. Grande abraço!!
Magno Christo
Magno Christo 16.03.2023 13:59
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Excelente artigo!!! Parabéns!!!
Gabriel Lima
TraderEssencial 16.03.2023 12:12
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bom demais, vou até botar na minha watchlist pra uns trades hehe
 
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