A Bolsa das bruxas
Hoje comemoramos o Halloween.
Mas, sinceramente, não sei o que comemorar. Nos últimos dias, deixei bem claro o meu viés pouco otimista com este restante de ano para a Bolsa. Temos motivos estruturais tanto internos quanto externos para ficar com os dois pés atrás com os ativos de risco: + hoje nosso governo apresentou o pior resultado para setembro nas contas públicas desde 1997;
+ uma hora a fonte dos estímulos dos EUA vai secar.
Não estão dando a mínima
Pera lá, mas todos sabem que hora ou outra o Fed fará o tal do “tapering”. Isso não está no preço? Vamos ver...
Minha impressão é de que o mercado não está dando a mínima para a retirada dos estímulos nos EUA, e isso pode ser perigoso.
O novembro das bruxas
E o tradicional rali de fim de ano, aquela puxetinha básica dos fundos para melhorar suas performances? Pode até ser, mas antes vamos nos preocupar com novembro. Você tem ideia de qual o desempenho do Ibovespa nesse mês de outubro? No momento que escrevo, o índice acumula alta de 3,6%.
Por sua vez, OGX, integrante do índice durante todo outubro (e com peso bastante significativo), acumula perda de 52% no mês... O que isso quer dizer? Que todo o resto subiu um belo tanto. Portanto, adentramos novembro lá no alto, com a base bastante sensível para o caso de algum componente de risco relevante. Quanto maior o pulo, maior o tombo.
Primeiro homem da linha de defesa
Nesta quinta-feira de Halloween, estou trajando minha fantasia do Jason Vorhees e trabalhando com o pessoal aqui na elaboração de nossas carteiras recomendadas para novembro: estamos privilegiando nomes defensivos em detrimento ao beta, isso em todas as três carteiras mensais que possuímos (defensiva, top picks e small caps). Posso adiantar para vocês que um ação que entra em duas dessas três carteiras é Taesa (TAEE11), belo expoente dessa tal defensividade procuramos: é a melhor elétrica listada em nossa opinião, com contratos longos atrelados a inflação, ativos de alta qualidade e mais blindados de risco regulatório, o que é difícil de encontrar no setor, por terem sido leiloados entre 2000 e 2006.
Ahh, e carrega um retorno de 9% via dividendos para 12 meses. PS: mais abaixo, adianto também uma ação importante que estamos tirando de nossas carteiras para novembro, que sofreu uma alteração de cenário que tende a gerar pressão de curto prazo sobre seus papéis. Apenas de curto prazo - repito - mas relevante.
Basta uma faísca
Quando disse que estamos privilegiando posições defensivas em detrimento ao beta, não quis dizer que estamos abdicando de potencial de valorização - longe disso. Você pode muito bem ser defensivo e estar exposto a eventuais porradas em Bolsa. Duvida?
Veja o caso de Lupatech (LUPA3). A ação estava completamente abandonada pelo mercado desde que foi feita a oferta para aumento de capital. No limbo, sem gatilhos, foi dos R$ 4 do aumento de capital a R$ 0,37.
Acho que todo mundo conhece o próximo capítulo...
“Pera aí, você está falando que Lupatech é uma forma de ser defensivo e estar exposto a eventuais porradas?”
Claro que não. O disparo de Lupatech se deu por conta de um gatilho de movimento especulativo, até então não confirmado. É o contra-exemplo. A ideia aqui é buscar ações que estejam neste mesmo marasmo, esquecidas pelo mercado, mas que possuem fundos e gatilhos de cunho fundamental para retomarem a visibilidade. Basta uma faísca para acordar.
Encontrei quatro delas, na série Stock Picking de hoje. PS: Além do relatório com as quatro ações esquecidas com maior potencial de valorização, o assinante da série Stock Picking recebe hoje um relatório adicional sobre uma ação abordada em edição passada que sofreu um desdobramento relevante, o mesmo que os assinantes das Ações para Ficar Milionário estão recebendo. Portanto, quem assinar alguma das séries ainda hoje leva dois pelo preço de um.
AmBev não é mais uma AmBev?
Costumo dizer que AmBev (AMBV4) é metonímia da qualidade na Bolsa. Se uma empresa de teleféricos é boa, é a AmBev dos teleféricos. Hoje AmBev (a verdadeira) soltou seus resultados do terceiro trimestre. Suas ações reagem com queda de cerca de 2%. O cenário segue desafiador para volumes e custos de matéria-prima.
Fica claro na queda de 3% no volume de vendas, e no aumento de quase 6% no custo dos produtos vendidos. Mas, pera lá, a receita da companhia avançou 5,3% e o lucro operacional ainda conseguiu crescer 12%. Como? O bom e velho poder de remarcação de preços (derivada de marcas fortes, distribuição, bom posicionamento de mercado...), combinado a controle vigoroso de despesas operacionais, que caíram 7%.
AmBev ainda é uma AmBev, mesmo com a bruxa solta.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.