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A Economia Circular Viabilizada Pela Transformação Digital e Pela Indústria 4.0

Publicado 15.10.2021, 11:47
Atualizado 09.07.2023, 07:32

As revoluções industriais têm sido um dos principais motores do desenvolvimento humano nos últimos séculos. A explosão demográfica e o crescimento exponencial do PIB per capta mundial a partir da 2ª metade do século 18 são uma das consequências deste fenômeno, que se repetiu por mais três vezes de lá pra cá: no final do século 19 (eletricidade, telégrafo, telefone, petróleo, grandes ferrovias), em meados dos anos 1970 – a chamada revolução digital que inaugurou a era da informação e a capacidade de armazenamento digital de dados e, a partir dos anos 2010, a Indústria 4.0 (I40), caracterizada essencialmente por conectividade, automação, inteligência artificial e um volume nababesco de dados sendo gerados e processados praticamente em tempo real.

Uma outra característica é exclusiva da I40: enquanto nas três revoluções anteriores experimentou-se a deterioração despreocupada do meio ambiente, pela 1ª vez a questão da sustentabilidade está na pauta desse movimento. E um dos temas mais disruptivos desta agenda sustentável é a Economia Circular (EC), que já foi assunto de outros dois artigos desta publicação.

As tecnologias presentes nas revoluções industriais promoveram mudanças em modelos de negócio, no desenvolvimento humano e nas relações de trabalho. Mas, como a I40 pode ajudar as organizações na busca da EC? Um estudo realizado com mais de 150 organizações pelo mundo ao longo de 2020 procurou entender de que forma essas novas tecnologias já estão promovendo benefícios através da circularidade. Trago aqui um resumo das 5 maiores capacidades (de um total de mais de mais de 30 mapeadas), que representam 72% do que foi pesquisado – o estudo completo foi publicado e apresentado no EnANPAD 2021:

  1. Aplicação de Tecnologia para otimização (eficiência) de consumo de recursos: utilização de sensores inteligentes e inteligência artificial no monitoramento de consumo de água, energia e materiais, de forma a permitir utilização otimizada desses recursos;

  2. Descentralização no uso de Tecnologia para aumento de eficiência, direta ou indiretamente: hoje em dia já existem organizações que operam integralmente na nuvem, bastando uma conexão a internet para acessar 100% dos seus recursos tecnológicos. Isso permite menores investimentos em tecnologia, economizando recursos materiais e promovendo maior flexibilidade física para seus colaboradores e clientes. Este item foi especialmente alavancado pela pandemia do COVID-19 e, graças em parte a ele, muitas organizações conseguiram manter-se operando;

  3. Aumento da vida útil de produtos e componentes com o suporte da tecnologia: sensores inteligentes plugados em dispositivos físicos permitem o monitoramento e o inventário automatizado de cada um deles, além de acompanhar sua vida útil e permitir o reuso em outras aplicações, evitando o descarte de materiais e extração de recursos naturais;

  4. Design para Otimização: Uso de tecnologia desde o design de produtos de forma a torná-los mais sustentáveis e eficientes. A frase “O lixo é um erro de design” ilustra bem esse item. Tecnologias modernas aplicadas desde a concepção inicial de um produto ou componente, com a utilização do pensamento circular como critério de aceitação do design do produto pode permitir uma redução significativa (ou até mesmo a eliminação) de projetos de tratamento de resíduos, reciclagem etc.

  5. Otimização de coletas com o uso de da Internet das Coisas (IoT): coletas de resíduos, de lixo, logísticas reversas etc. sempre foram um desafio para as organizações. E se os recipientes coletores tiverem como “avisar” que estão quase cheios, permitindo que um sistema central inteligente e automático estabelecesse as rotas otimizadas para que as coletas fossem realizadas somente no momento correto? Os ganhos de eficiência, sem falar na melhor mobilidade urbana e na redução de emissões seriam (em alguns lugares já são) significativos.

O desperdício de água doce é outro vilão que pode ser reduzido substancialmente com o uso das tecnologias da I40. Sabe-se que cerca de 70% do desperdício de água tratada no Brasil é atribuído à agricultura. E a irrigação ineficiente tem uma parcela grande de responsabilidade por esse número. Se o solo pudesse se comunicar com uma central inteligente, informando dados básicos, tais como umidade temperatura, isso já seria suficiente para que um sistema decidisse automaticamente o momento e a quantidade de água necessários, e disparasse automaticamente a irrigação na hora certa.

Os exemplos de como a transformação digital e a I40 podem fomentar a EC só crescem. E engana-se quem pensa que investimentos em desta natureza não trazem retorno. Basta verificar o interesse crescente pelo tema junto as instituições financeiras: fundos de crédito privado e títulos de dívida associados a EC já existem às dezenas, e contam com bancos e gestores de renome, tais como Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) e Credit Suisse (NYSE:CS) (SA:C1SU34).



* Gustavo Cattelan Nobre, professor do COPPEAD/UFRJ, Doutor em Administração pelo Coppead e professor de disciplinas voltadas para gestão de projetos de ciência de dados, além de pesquisador, palestrante e grande entusiasta da Economia Circular.

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