O Sol deu aquela baixada, permitindo que, após a leitura do M5M, você parta para o famoso ritual de recuperação: uma água de coco e um pulo no mar. O FMI está otimista, as Bolsas sobem, alguns fundos imobiliários aumentaram os rendimentos, a criançada não (mais) incomoda e a dona onça está entretida na barraquinha das cangas. Agora hidratado e com a bexiga esvaziada, você está pronto para a próxima rodada. Nada pode atrapalhar.
Nada?
Infelizmente, enquanto você relaxa o bicho pega nos mercados. Não falo do que está nas manchetes. As duas grandes novidades desta segunda-feira estão nas entrelinhas. Enquanto você relaxa na praia, as porradas do overnight chinês voltam com tudo, levantando preocupações quanto a uma possível bolha de crédito no país. Nos EUA, depois do pontapé à retirada dos estímulos com a redução do programa de compra de títulos, o Fed começa a projetar o aumento da taxa básica de juro. Segundo Jeffrey Lacker, presidente do Fed de Richmond, esse processo começa no início de 2015 e deve terminar com a Fed Funds Rate a 2% ao final do mesmo ano.
Todo dia é dia de jogo
Semana passada foi euforia pós-Fed, mas houve quem exagerasse na dose. Quem? Pensando nas distorções verificadas na semana passada, montamos uma carteira de opções quente para os últimos pregões de 2013.É uma carteira baseada na correção de exageros, com quatro opções de venda (puts) e duas opções de compra (calls) para o curtíssimo prazo. Eu, que cansei de ver jogo ser decidido aos 45 do segundo tempo, reservaria parte do agito de fim de ano para estas seis apostas.
A China que agrada
É aquela que continua crescendo a taxas formidáveis, na casa de 7,5% ao ano. “Poxa, mas esse é o menor crescimento dos últimos 20 anos...”. Mas em algum momento um cargueiro gigante em alta velocidade precisa parar, e é melhor crescer 7,5% sobre 1000 do que 15% sobre 100, não?
A China que preocupa
Do outro lado, tem uma China com risco de bolha imobiliária e desequilíbrios de liquidez. A taxa nos contratos com recompra garantida e prazo de sete dias, referência do custo do dinheiro no mercado interbancário para o curto prazo da China, foi de 4,3% na semana passada para 8,2% esta segunda-feira. Para satisfazer o aumento da demanda por dinheiro pelos bancos, o BC chinês anunciou na última sexta a injeção de US$ 50 bilhões no sistema. Alívio? Hoje a taxa bateu na casa de 9,8%. O conto das duas Chinas torna ela (a China) a grande incógnita para 2014.
O outro lado da moeda
Quando você lê uma manchete xoxa, o conteúdo está na entrelinha. Enquanto você se apega à China que cresce, tem aquela outra que preocupa. Quando uma empresa revisa o seu guidance para cima, a nova meta é a notícia boa, ou o erro na estimativa anterior que é notícia ruim? Se um resultado frustra as projeções, o resultado que foi ruim, e não a projeção que estava errada? Quem se gaba de ter previsto a crise do subprime em 2005, ou de estar alertando para a bolha imobiliária brasileira antes de todo mundo, talvez devesse se envergonhar de ter/estar errado por tanto tempo.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.