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A Importância e as Vantagens de Diversificar os Investimentos Durante a Crise

Publicado 10.08.2022, 12:22
Atualizado 06.03.2024, 10:46
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Existe um ditado famoso no mundo dos investimentos que diz: “não se deve colocar todos os ovos numa mesma cesta”. Em outras palavras, a frase acaba expondo a importância de se contar com uma carteira de investimentos diversificada para não ficar exposto a muitos riscos. Se essa já é uma opção incentivada pelos especialistas diante de qualquer cenário, ela acaba se tornando ainda mais tangível durante os períodos de crise global e de instabilidade econômica, como o que vivemos hoje. 

Isso porque, quando a macroeconomia passa por períodos difíceis, os investidores tendem a se tornar ainda mais receosos ao risco, buscando ativos, regiões e moedas que se apresentem mais estáveis - no jargão do mercado, esse movimento é reconhecido como “flight to quality” ou “vôo para qualidade”. Justamente por isso, por exemplo, que o dólar tende a ser a moeda mais buscada e considerada segura nesses momentos, já que se trata da moeda da economia mais robusta do mundo. 

Diante de todo esse contexto, se consolida cada vez mais a ideia de que contar com investimentos diversificados, principalmente no âmbito regional, seja uma ótima opção, sobretudo durante esses momentos de instabilidade. Isso porque, investir parte do patrimônio no exterior promove uma diversificação em 3 variáveis ao mesmo tempo: cambial, regional e setorial. Tendo esses fatores atrelados a uma economia mais segura que a brasileira, como a norte-americana, por exemplo, garante maior solidez sobre esses investimentos e promove a possibilidade de aplicar em mais setores do mercado, já que abrange um leque de possibilidades muito mais extenso que somente o que apresenta o Brasil.

Riscos de se manter apenas investimentos locais

Por mais que esse conhecimento esteja avançando em boa parte do globo, no Brasil parece ainda enfrentar uma certa resistência. Tanto que dizemos que os brasileiros convivem com uma estratégia bastante perigosa conhecida como “home bias”, ou em sua tradução o “viés doméstico”, que é como é chamada a propensão que o investidor tem em concentrar a maior parte de seu portfólio em instrumentos do mercado onde vive, ignorando assim o benefício da diversificação.

Se tratando de Brasil, essa prática promove uma alta concentração de investimento em uma economia que representa cerca de 3% do PIB mundial, correndo-se um risco que não necessariamente trará mais potencial de retorno no longo prazo. Além disso, é preciso dizer que moramos num país pouco representativo, convivemos com um alto risco de influência política, contamos com uma economia concentrada em setores específicos e temos um ambiente de negócios complexo e instável. Sendo assim, o “home bias” é um viés perigoso sempre, mas para o contexto brasileiro, ele é ainda mais preocupante. 

Peguemos um exemplo prático para ilustrar essa fragilidade brasileira. Durante os anos de eleição, por exemplo, é possível perceber que projetos econômicos de longo prazo tendem a ser substituídos por medidas populistas de curto prazo, com o objetivo de ganhar mais eleitores nas urnas. As consequências diretas deste comportamento são um menor equilíbrio fiscal e a necessidade de aumento de juros, o que traz uma economia menos aquecida, dado que o “custo do dinheiro aumenta”. Além disso, a percepção de risco-país aumenta, tendo em vista que o Brasil terá mais dificuldade de pagar suas dívidas, o que pode afastar novos investidores. Toda essa concentração e estagnação econômica acarretam numa performance abaixo na comparação com os países desenvolvidos e, inclusive, alguns países emergentes. Por conta disso, o investidor brasileiro não deveria ter o seu patrimônio totalmente à mercê dos erros e acertos do país em que mora. 

Diversificando a carteira

Com tudo isso exposto, está claro que contar com um portfólio diversificado em bons ativos tende a reduzir o risco de uma carteira de investimentos sem reduzir o potencial de retorno da mesma. No entanto, esse processo exige uma criteriosa análise para que as aplicações aconteçam de forma estruturada e inteligente. 

A diversificação demanda não só uma profunda análise dos ativos em si, mas também de como eles se relacionam entre eles, já que é necessário que os ativos não se comportem da mesma forma em cenários semelhantes. Além disso, é interessante estar sempre atento e buscar diferentes tipos de investimentos em ativos, regiões e moedas, para, assim, estar menos exposto a eventos particulares, o que chamamos de risco não-sistêmico. 

Vale dizer ainda que, felizmente, vivemos numa época em que investir no exterior é tão fácil quanto aplicar no Brasil. Até porque o mercado financeiro atualmente já conta com soluções que possibilitam o investimento feito no exterior de maneira facilitada, sem burocracia, e sem a necessidade de possuir um grande capital. Dessa maneira, hoje, mais do que nunca, não há motivos lógicos que façam um investidor manter 100% do seu patrimônio no Brasil.

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