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A intervenção do BC no câmbio afetando o preço pode perder eficácia

Publicado 22.07.2014, 10:30

Preços dos ativos formados à mercado, especialmente câmbio e ações, sofrem distorções relevantes neste momento.

O país tem um “status quo” econômico deteriorado, corroborado por expectativas piores no curto prazo. Está absolutamente sem “tração” com projeções de crescimento cada vez menores, política fiscal com amplo risco de não cumprimento da meta revisada salvo se for utilizada a matemática criativa, setor externo com ambiente desfavorável crescente neste 2º semestre ampliando o déficit em transações correntes e a insuficiência de fluxos cambiais favoráveis, etc....

O preço da moeda americana não guarda adequada compatibilidade com esta realidade em curso no país, estando absolutamente inconsistente como consequência da forte intervenção da autoridade monetária no mercado cambial, induzindo à apreciação do real com o objetivo de conter as pressões inflacionárias presentes e não contornáveis somente com o uso da taxa de juro, muitíssimo elevada se comparada com os concorrentes emergentes mais próximos.

O banco Goldman Sachs observando a sobrevalorização que ocorre no real destacou: “As intervenções do BC no câmbio são cada vez mais controversas, dada sua duração e intensidade”.

A transformação na prática do sistema de câmbio flutuante para câmbio administrado, realidade atual, faz com que a intervenção do BC deforme tecnicamente o preço com que a moeda americana é transacionada no nosso mercado já que objetiva a apreciação do real.

Esta prática que visa fazer do câmbio coadjuvante do juro no enfrentamento da inflação provoca a desindustrialização, num contexto diferente ao ocorrido num passado não tão distante, e o aumento crescente do déficit em transações correntes, que já vem atingindo, em tese, as reservas cambiais do país, fato ainda não totalmente transparente, visto que os bancos, através a prática de posições vendidas no câmbio com financiamento externo e interno, vem substituindo o BC na geração da liquidez faltante e que já representa 5% das reservas.

Há um esforço por parte do BC para não utilizar as reservas cambiais realizando leilões de venda para suprir a liquidez insuficiente do mercado de câmbio, mas a estratégia de gerá-la via bancos, num contexto com perspectiva adversa de fluxos cambiais favoráveis, pode se tornar insustentável.

E, se no curto prazo pode trazer o beneficio de controle da inflação, no médio e longo prazo promove enormes efeitos colaterais negativos, pois além de colocar enorme risco de abrupta correção no preço do câmbio, desestimula a atividade e o investimento do setor produtivo industrial, já que induz à substituição do produto nacional pelo importado, aniquila com o segmento exportador não agrícola da nossa economia que perde a capacidade de exportar, gerar renda e emprego.

Todas estas consequências já têm evidências numéricas na economia brasileira e que no conjunto resultam em baixo crescimento.

No próximo mês fará um ano desta intervenção mais forte no câmbio e já se constitui num período bastante longo em que o país ainda não conseguiu reverter o crescimento do déficit do fluxo cambial migrado de 2013 da ordem de US$ 18,0 Bi e já elevado para US$ 20,0 Bi este ano, a despeito de todo o ingresso de capitais especulativos ocorrido em especial no 1º trimestre deste ano.

E, o pior a tendência agora é de intensificação de saída de recursos do país aumentando este montante de insuficiência de fluxos favoráveis.

O 2º semestre sinaliza que está em curso a transição da demanda do mercado futuro para o mercado à vista, e esta nova realidade tende a reduzir a eficácia das intervenções do BC no mercado de câmbio.

Atribuir-se a contenção do preço da moeda americana a relativa influência das pesquisas eleitorais nos parece algo bastante fora do contexto, pois acreditamos que diferentemente do que acontece com a Bovespa que repercute expectativas e pode sugerir compras de oportunidade para o futuro, a questão no câmbio não tem como suplantar as dificuldades que predominarão neste 2º semestre, que serão de curtíssimo prazo, dentro do semestre, não dando para esperar para o ano que vem.

O cenário prospectivo de curtíssimo prazo sugere que a taxa cambial deverá apreciar o preço da moeda americana, por inevitável.

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