EUA sinalizam publicação de documento da Seção 301 sobre Brasil no diário oficial desta sexta
Uma análise qualitativa da movimentação de investimentos feitos no setor de Educação Superior mostra que, apesar das grandes ações realizadas, ainda há oportunidades que surgem no pós-pandemia.
Entre os negócios já anunciados está a compra pela Uniasselvi, do grupo Vitru Educação, da Unicesumar, instituição de ensino superior de Maringá, por um valor de até R$ 3,5 bilhões. É um sinal de consolidação do Ensino a Distância, mas ainda há expectativa de como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai se posicionar.
Em outra frente, a família controladora do BTG Pactual (SA:BPAC11), anunciou a doação de R$ 200 milhões para criar o Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), instituição de ensino superior privada e sem fins lucrativos. Seria o nascimento do MIT brasileiro, no Butantã, em São Paulo? Bem perto da Harvard brasileira, representada pelo Insper de Claudio Haddad (ex Banco Garantia).
A XP (SA:XPBR31), por sua vez, fez a aquisição da faculdade IGTI, de EaD focada em Tecnologia da Informação. A oferta da graduação começou este ano com três cursos nas áreas, que obtiveram autorização do MEC. Outros três estão em processo de análise. A XP Educação quer 1 milhão de alunos dentro de cinco anos, o que significa aumentar em cerca de dez vezes a base atual.
Por fim, o grupo educacional brasileiro Afya, até então focado na área de Saúde, que assumiu a Unigranrio, no estado do Rio de Janeiro, iniciou sua gestão corporativa, por meio da subsidiária Afya Participações, fechando cursos deficitários.
Diante deste cenário, alguns movimentos são esperados a partir de duas novas estruturas de gestão estabelecidas:
Na Cogna (SA:COGN3), Rodrigo Galindo deixará a presidência, após 11 anos na cadeira. Vai para o Conselho e Roberto Valério assumirá como CEO, sendo que este já é da equipe gestora do grupo desde a aquisição da Anhanguera em 2014. Mais do mesmo? Alguns sinais importantes precisam ser dados para recuperar o valor das ações que amargam o patamar de R$ 2,26. Em setembro de 2017, o preço era praticamente dez vezes maior, acima de R$ 20,00.
O Grupo Educacional composto pelas unidades da UNIP (ensino superior) e do Objetivo (educação básica) pode vir a ser o fiel da balança, o próximo passo de consolidação da Educação Superior e da Educação Básica. Com a morte do seu mantenedor João Carlos Di Genio, é possível que o grupo, ainda sem fins lucrativos, e que nunca foi cogitado de ser comprado, seja a grande movimentação que a Cogna precisa para ativar seus músculos deglutidores.
O grupo, contudo, poderia despertar o interesse de qualquer um dos 5 maiores do setor, criando uma nova realidade de oferta. Pela concentração no Estado de São Paulo das unidades presenciais, é possível que a decisão de incorporação fique entre aqueles que estão mais espalhados e diluídos em outros estados.
Já a Yduqs (SA:YDUQ3) tem a oportunidade de, com o arrefecimento da marca IBMEC, decorrente de duas vendas seguidas, ter um ativo possível de ser implantado em segundas cidades de estados fortes como o de São Paulo, além de capitais de estados menores como os do Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Este movimento é um sinal de que a posição institucional permite maior ou menor aderência ao mercado onde pretende se instalar.
O fato é que como bistrô ou boutique, a exemplos da Harvard brasileira e do novo MIT brasileiro, o IBMEC não tinha tido sucesso em suas instalações até então fora das capitais Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Ainda há muitas oportunidades no setor de educação superior. E as próximas cartadas não devem demorar a acontecer.