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A Surpresa da Lata

Publicado 28.11.2018, 10:44
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O potencial de crescimento do lucro líquido das empresas listadas na Bolsa de Valores é o meu tema da semana.

O resultado líquido das empresas parece uma mola comprimida, que ficou travada devido à crise econômica que assolou o país em 2015/2016. As empresas arrumaram a casa, deixaram a mola bem engraxada e resistente, mas o desemprego ainda não deixou essa mola voltar ao seu tamanho normal.

Domingo no Parque com Silvio Santos

Para ilustrar melhor essa imagem da mola comprimida, irei recorrer ao clássico programa do Silvio Santos, Domingo no Parque. As crianças tinham que escolher qual lata abrir para ganhar um prêmio no final do programa. Quando a criança abria uma lata que não dava nenhum prêmio, havia uma surpresa: uma cobra em formato de mola saltava da lata. Eu acredito que o crescimento do lucro das empresas é cobra que pode sair da lata em 2019 na bolsa de valores.

Quanto maior o crescimento do lucro das empresas, mais alto o Ibovespa em 2019

A intensidade do aumento dos lucros é o principal vetor de crescimento do valor de mercado das empresas de capital aberto e determinante para o potencial de valorização do Ibovespa no final de 2019.

Modelo de 3 alavancas de crescimento

O crescimento do resultado das empresas é impulsionado por três alavancas principais: crescimento da receita, eficiência de custos e redução do nível de endividamento.

O primeiro ponto que suporta a recuperação do resultado líquido das empresas é o ponto de virada do ciclo econômico que já está em curso entre 2017 e 2018.

A grande depressão ficou para trás

A economia brasileira apresentou um dos piores desempenhos da História no biênio 2015/2016, com queda do PIB de 3,5% em 2015 e 3,5% em 2016. Desde a crise de 1929 na Bolsa de Nova York, período conhecido como a Grande Depressão dos anos 30, que a economia brasileira não apresentava queda tão forte em dois anos consecutivos: 7% no acumulado do período.

O ponto de virada começou em 2017

A recuperação do PIB teve início em 2017, com crescimento de 1%. Mesmo com a greve dos caminhoneiros em maio e as eleições presidenciais em outubro, o produto interno bruto (PIB) deverá crescer 1,39% em 2018 (segundo relatório Focus do Banco Central). A projeção de crescimento econômico é de 2,5% em 2019.

Elasticidade PIB x volume de vendas

Nós, analistas de ações ou “cabeça de planilha”, sempre utilizamos o crescimento do PIB como premissa básica ao projetar o crescimento do volume de vendas de uma empresa e, consequentemente, receita líquida projetada para o ano.

Por exemplo, o crescimento do setor de seguros no Brasil tem elasticidade de 2,1x em relação ao PIB. Utilizando um exemplo prático para estimar o crescimento do volume do setor de seguros em 2019: crescimento do PIB de 2,5% multiplicado pela elasticidade de 2,1x = 5,25% ao ano.

Se o PIB crescer 3% em 2019 e se for mantida a mesma elasticidade, teríamos crescimento de volume no setor de seguros de 6,3%. Dessa forma, um crescimento maior do PIB resulta num crescimento maior no volume de vendas e, portanto, em maior receita líquida das empresas.

A receita das empresas é impulsionada pelo crescimento do PIB

A recuperação do crescimento econômico (PIB) é a primeira catapulta para o crescimento do lucro das empresas. Como a maioria das empresas tem capacidade ociosa de produção devido à crise econômica, a recuperação econômica faz com que o volume de vendas cresça em resposta à melhora do emprego, da renda e do consumo. Maior volume de vendas significa maior crescimento da receita líquida.

As empresas cortaram os custos “na carne”

As empresas passaram pela crise ao fazer cortes de pessoal e ajustes na produção, com redução de custos e aumento da eficiência. Acredito que este é o lado brilhante do desemprego: as empresas ficaram mais magras, ágeis e eficientes.

Redução do endividamento

Todas as empresas apresentam redução no nível de alavancagem financeira, com redução do nível de endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda ou dívida líquida/patrimônio líquido (PL). Além disso, a queda na taxa de juros (Selic) causou uma redução no total de despesas financeiras pagas com juros.

Resultado do 3º trimestre de 2018: crescimento de 16,3% no lucro das empresas

O lucro líquido combinado de 281 companhias de capital aberto somou R$ 21,3 bilhões no terceiro trimestre de 2018, aumento de 16,3% em relação ao terceiro trimestre de 2017, segundo o jornal Valor Econômico. Essa conta não considera o resultado da Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE3) e Eletrobras (SA:ELET3).

A receita líquida apresentou crescimento de 17% e o resultado operacional antes do pagamento de juros e tributos (Ebit) teve aumento de 26%.

Resultados acima do projetado, revisão dos lucros para cima

Muitos resultados do terceiro trimestre vieram melhores do que o esperado e tiveram impacto positivo no preço das ações no curto prazo. Eu expliquei a razão desta alta no preço das ações na minha coluna aqui.

O lucro das empresas deverá crescer 20% em 2018

O consenso de mercado aponta para um crescimento de 20% no lucro das empresas da Bolsa de Valores em 2018. Acredito que as empresas poderão entregar um resultado melhor do que o esperado no quarto trimestre de 2018, o que poderá fazer com que as estimativas de lucros sejam revisadas para cima.

O crescimento do lucro das empresas, portanto, é um dos principais catalisadores para o comportamento do Ibovespa em 2019. Um aumento do crescimento dos lucros das empresas poderá aumentar o nível esperado para o Ibovespa no final do próximo ano.

Últimos comentários

Ótima análise
ótima perspectiva meu caro Eduardo. est de parabéns
meu sonho ver nosso gigante Brasil explodir de coisas boas e positivas. salve salve
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