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A Volatilidade do Real Frente ao Dólar Não tem Fundamentos e Coerência

Publicado 12.01.2015, 07:00

O preço do dólar recuou ante o real de 5 para 9 deste mês mais de 2,25% saindo de R$ 2,705 para R$ 2,635, num ambiente em que de concreto nada aconteceu no Brasil, fora o fortalecimento dos anseios focados pelo governo, expostos pelo novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que não deixou de mencionar a tendência e o fortalecimento da moeda americana frente as demais moedas.

Os Estados Unidos divulgaram números de sua economia evidenciando a vitalidade de sua recuperação da atividade econômica, com ênfase especial para a geração de empregos da ordem de 252 mil novos postos em dezembro ante expectativa de 240 mil, afora o fato do dado pertinente relativo a novembro ter sido revisto de 321 mil para 353 mil.

A taxa de desemprego caiu para 5,6% após 5,8% em novembro. Vale ressaltar que a renda dos trabalhadores apresentou recuo, mas nos parece que o mais relevante neste momento seja a geração de vagas, a melhora salarial será uma consequência natural na medida em que vá se consolidando a recuperação da atividade econômica.

A economia americana gerou 2.957.000 novos postos de trabalho em 2014.

A rigor é a única economia em ascensão, pois a China ainda cresce a ritmo elevado, mas menos intenso do que nos anos mais recentes e apresenta sinais de desaceleração.

Todas demais economias relevantes estão com desempenho desapontador, como euro zona, Japão, etc. e há um impacto devastador em algumas em decorrência da brutal queda do preço do petróleo. Os emergentes tendem a ter suas moedas depreciadas, com grande intensidade nos países emergentes considerados frágeis, como o Brasil.

Não é coerente que se possa atribuir o fato às tendências externas até porque o Brasil tem problemas próprios que se colocam como fatores de elevada influência na formação do preço da moeda americana, que por si sós são mais relevantes do que os fatores externos.

O país tem US$ 373,0 Bi de reservas cambiais e não tem nenhuma possibilidade de elevá-las ao longo de 2015, já tendo “comprometida” a parcela de US$ 25,0 Bi representada pela posição vendida dos bancos que vem se prestando a “substituir o BC na geração de liquidez no mercado à vista” e mais algo em torno de US$ 110,0 Bi em instrumentos financeiros denominados “swaps cambiais”, liquidáveis por diferença em reais, que se presta a “hedge” para empresas com exposição em moeda estrangeira, cuja aceitabilidade ocorre tão somente pelo fato do país ter reservas cambiais aptas a honrar saída de recursos do país.


A posição vendida dos bancos tem possibilidades praticamente nulas de serem zeradas pelo fluxo cambial líquido, que há rigor tende a ser desfavorável ao longo de todo o ano de 2015, sendo a perspectiva atual de ampliação continuada.


A questão é até quando e até quanto será possível ao BC promover o comprometimento das reservas cambiais de forma indireta e sutil com as posições vendidas dos bancos, que por vezes até para tentar inibir esta clara percepção os bancos utilizam linhas de financiamentos de bancos estrangeiros.


O mesmo cenário temos na oferta de “swaps cambiais” que a rigor não tem condições de ser interrompido, pois a demanda continuará forte. Se ocorrer intensificação da migração da demanda do mercado futuro para o mercado a vista, a demanda por “hedge” deve permanecer inelástica, visto que a saída de recursos que diminuirá a demanda por parte das empresas se tornará necessária para os bancos protegerem suas posições vendidas que se ampliarão, visto que não há perspectiva de que o fluxo cambial para o Brasil se torne positivo.


Temos então, em tese, o BC refém desta estratégia para “ancorar” a credibilidade da moeda nacional ante o dólar, mas que na medida em que expande seus números perde eficácia, não havendo como monitorar a alta do preço da moeda americana, afora os efeitos impactantes da própria valorização da moeda americana no mercado internacional.


Há ainda no radar a possibilidade da normalização da política monetária americana que será mais um fator a pressionar a alta do preço da moeda americana no nosso mercado e que tende a ocorrer num momento em que o Brasil está bastante fragilizado.

O câmbio precisa de ocorrências concretas resultantes de mudanças da política econômica brasileira, amplamente deteriorada advinda de 2014, e não há coerência em buscar-se atribuir qualquer tipo de recuperação antes que isto ocorra, muito menos aos anseios da nova equipe gestora da economia, que gera confiança, mas retomada da credibilidade só deverá ocorrer com resultados concretos.

Portanto, estes movimentos voláteis na formação do preço da moeda americana estão absolutamente desconexos com os fundamentos brasileiros de influência no setor externo, mas pode ser um fator a mais para inibir decisões empresariais nesta área.

A tendência do preço da moeda americana é absoluta no sentido de alta.

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