Ações da Apple Passam por um Momento Complicado, que Não Durará Muito Tempo

Publicado 09.11.2018, 08:25
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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Desde que a Apple (NASDAQ:AAPL) divulgou seus resultados para o 4T2018, na quinta-feira, 01 de novembro, suas ações entraram em queda. Porém, é muito fácil encontrar o culpado.

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A companhia não prevê uma demanda muito forte por seus iPhones para o período de festas que está chegando. O emblemático smartphone é o produto de maior sucesso da companhia até hoje, e o período de festas de fim de ano geralmente é o trimestre mais importante em termos de geração de receita. Entretanto, na apresentação do seu direcionamento futuro durante a teleconferência da semana passada, a Apple já previa que a receita para o período seria fraca e viria abaixo das expectativas do mercado.

Para piorar a situação, além dessa previsão decepcionante, a companhia soltou outra bomba inesperada. A Apple declarou que não forneceria mais detalhes sobre a quantidade de vendas de iPhones, iPads e Macs, à medida que faz a transição para se tornar uma empresa mais focada em serviços.

Essa notícia, em particular, foi devastadora para as ações da Apple: houve uma queda forte de 7% em sua cotação após o anúncio. Os investidores encararam essa falta de transparência como um sinal da companhia de que o mercado do iPhone está saturado, dando espaço para interpretações de que haverá um período persistente de demanda fraca.

Esses temores ganharam um pouco mais de credibilidade na segunda-feira quando o Nikkei Asian Review informou que a Apple havia solicitado aos seus fabricantes asiáticos que não expandissem suas linhas de produção para o novo iPhone XR. Isso fez com que a queda já acentuada das ações tivesse outra queda de 3% na segunda-feira pela manhã, provocando sua pior perda de dois dias em seis anos.

Desde a divulgação dos resultados para o quarto trimestre, muitos analistas rebaixaram as ações da Apple, citando um futuro incerto para o principal produto da companhia. Atualmente, o iPhone é responsável por mais de 50% das vendas totais da Apple.

O Bank of America rebaixou as ações da Apple de “compra” para “neutro” e reduziu seu preço-alvo de US$ 235 para US$ 220, afirmando que “provavelmente veremos mais revisões negativas das estimativas”. As ações encerraram o pregão de ontem negociadas a US$ 208,49. O analista Wamsi Mohan declarou que a ação representa uma “significativa” oportunidade de longo prazo, mas que “certo grau de preocupação dos investidores com a falta de transparência” é um risco no curto prazo.

No caminho certo

Apesar desses sentimentos negativos no momento, acreditamos que a Apple está no caminho certo e bem posicionada para aumentar seu faturamento através dos atuais esforços para diversificar sua fonte de receita além do iPhone. Ao mudar o foco para sua unidade de serviços, a companhia transmite uma mensagem clara de que, à medida que aprimora seu smartphone – que está ficando mais caro –, não é mais algo realista depender das vendas da unidade de iPhones para o crescimento.

Muitos investidores, que ficaram surpresos com as vendas desanimadoras do iPhone, ignoraram o momentum dos outros negócios da Apple. Provavelmente, esses investidores são aqueles que saíram da ação após a divulgação dos resultados. Mas o balanço da Apple para o 4T e todo o exercício fiscal confirma que a estratégia atual da companhia está funcionando bem.

A empresa está promovendo seus negócios de software e serviços e elevando os preços dos seus principais iPhones para compensar o crescimento mais lento de vendas da unidade. No ano passado, a Apple aumentou o preço inicial do iPhone em cerca de 50% para quase US$ 1000. Ambas as iniciativas têm por objetivo aproveitar a forte fidelidade dos clientes de iPhone, que confiam no smartphone para tudo, desde se comunicar e fazer compras até assistir a vídeos e ficar por dentro das últimas notícias.

No último trimestre, a receita proveniente do aparelho aumentou 29%, alcançando US$ 37,19 bilhões. A unidade de serviços, que inclui as vendas da loja de aplicativos, o uso de Apple Pay e assinaturas de streaming de música, está no caminho certo para se tornar um negócio de US$ 50 bilhões até o final de 2020, de acordo com o CEO da empresa, Tim Cook. No 4T, a receita proveniente dessa unidade saltou 17%, para cerca de US$ 10 bilhões.

No exercício fiscal encerrado em setembro, a unidade de serviços cresceu a uma taxa robusta de 27%, enquanto o segmento de outros produtos da Apple registrou um crescimento de receita de 31%, indicando que a demanda pelos novos produtos da empresa, como o Apple Watch, permanece forte.

Resumo

Se você levar em consideração as fortes linhas de produtos da Apple, sua estratégia de diversificação, que já está dando resultado, e a significativa quantidade de caixa que a companhia planeja destinar a recompras de ações e maior distribuição de dividendos – em maio a empresa anunciou que destinaria US$ 100 bilhões para esse programa – as ações da empresa se tornam ainda mais atraentes após a fraqueza recente. Se você é um investidor de longo prazo com os olhos voltados para o cenário mais amplo, essa queda não significa nada a não ser barulho.Sem sombra de dúvidas, as avaliações razoáveis e fortes fundamentos da Apple em breve atrairão os compradores novamente.

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