O recente acordo entre a OpenAI e a Google Cloud Platform (NASDAQ:GOOG) representa uma inflexão relevante no competitivo setor de inteligência artificial. Formalizado em maio de 2025 após meses de negociação, o pacto marca o passo mais ousado da OpenAI até aqui no sentido de diversificar sua infraestrutura computacional, até então concentrada exclusivamente na plataforma Azure da Microsoft (NASDAQ:MSFT).
A parceria entre duas empresas que historicamente disputam protagonismo em IA evidencia a importância estratégica da capacidade computacional no setor e sinaliza uma mudança no modo como grandes players estão gerenciando suas dependências tecnológicas.
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OpenAI busca reduzir dependência da Azure
Ao firmar acordo com o Google Cloud, a OpenAI dá início à ruptura com a dependência da Microsoft, cuja infraestrutura de data centers sustentava com exclusividade os sistemas da criadora do ChatGPT até janeiro deste ano. Segundo reportagens recentes, as conversas entre Google e OpenAI já ocorriam há meses, mas não avançavam por conta do contrato de exclusividade firmado anteriormente com a Microsoft.
Além da aliança com o Google, a OpenAI tem ampliado de forma agressiva sua rede de fornecedores de infraestrutura, por meio de múltiplas iniciativas estratégicas.
No início de 2025, a empresa fechou parcerias com a SoftBank e a Oracle (NYSE:ORCL) dentro do projeto Stargate, um programa de US$ 500 bilhões em infraestrutura, e firmou acordos bilionários com a CoreWeave (NASDAQ:CRWV) para expansão de sua capacidade computacional.
A medida mais audaciosa, no entanto, é o avanço no projeto de design de seu próprio chip proprietário, previsto para ser finalizado ainda este ano. A iniciativa promete reduzir drasticamente a dependência de hardware externo e garantir maior autonomia tecnológica à companhia.
Essa abordagem multifacetada reflete a centralidade da infraestrutura no mercado de IA, onde a demanda massiva por capacidade de processamento para treinar modelos de linguagem e realizar inferência tem se tornado o maior gargalo para escalar serviços.
A estratégia adotada pela OpenAI mostra que, para as líderes em IA, independência computacional se consolidou como diferencial competitivo estratégico, e não mais como uma simples necessidade operacional.
Impacto no mercado: alta para Google, pressão para Microsoft
A Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google, viu suas ações subirem 1,96% no dia 10 de junho, fechando a US$ 181,11, em reação positiva à notícia da parceria com a OpenAI. Apesar do desempenho negativo no acumulado do ano (-4,68%), abaixo dos 2,36% de alta do S&P 500, o anúncio reforçou a confiança do mercado na estratégia da empresa.
O Google Cloud segue mostrando fundamentos sólidos: a receita do primeiro trimestre de 2025 subiu 28% em relação ao ano anterior, para US$ 12,3 bilhões, taxa que supera o crescimento de 10% da divisão Google Services. A unidade agora opera com receita anualizada de US$ 49,2 bilhões.
Do outro lado, a Microsoft viu suas ações recuarem 0,79% no mesmo dia, cotadas a US$ 469,00, embora mantenha desempenho superior no acumulado de 2025 (alta de 11,70%), refletindo a confiança dos investidores em sua estratégia diversificada em IA.
O Azure gerou receita de US$ 26,75 bilhões no primeiro trimestre, mais que o dobro do Google Cloud, com run rate anual de US$ 107 bilhões, reforçando a liderança da Microsoft no segmento corporativo de nuvem.
As reações divergentes no mercado acionário ilustram como os investidores estão precificando os desdobramentos de longo prazo da nova parceria.
Embora a Microsoft mantenha a dianteira em receita, a conquista da OpenAI pelo Google legitima sua estratégia de se posicionar como provedor neutro de recursos computacionais, o que pode abrir espaço para ganhos de participação em um setor de infraestrutura de IA cada vez mais rentável.
“Corrida armamentista” na nuvem: investimentos recordes
Os três principais hyperscalers estão envolvidos em uma corrida sem precedentes por infraestrutura, com investimentos de capital que atingem níveis históricos para atender à crescente demanda por IA.
O Google lidera com um plano de US$ 75 bilhões em investimentos em 2025 para expandir sua capacidade em IA e nuvem. A Microsoft, por sua vez, se comprometeu com US$ 80 bilhões em seu atual exercício fiscal. A Amazon (NASDAQ:AMZN) completa o trio, com plano de US$ 100 bilhões, impulsionado pela duplicação do consumo de serviços de nuvem voltados à IA generativa em 2024.
Esse ciclo intenso de aportes mostra que os provedores globais de nuvem enxergam a capacidade computacional como a principal barreira competitiva na nova era da inteligência artificial.
Juntas, as três empresas detêm 65% do mercado global de nuvem: a AWS lidera com 31% de participação, seguida pela Azure com 22% e pelo Google Cloud com 12%. No entanto, o crescimento de 28% da Google Cloud no primeiro trimestre superou os 21% da Microsoft e os 17% da Amazon, apontando para uma mudança nas dinâmicas competitivas, à medida que cargas de trabalho de IA passam a reorientar as preferências dos clientes.
A disputa vai além da escala e atinge o nível da diferenciação tecnológica. Cada empresa está desenvolvendo chips próprios voltados à IA e serviços especializados. O TPU de sétima geração do Google, batizado de "Ironwood", teria desempenho 24 vezes superior ao de supercomputadores líderes. Já a Microsoft aposta na integração do OpenAI via Copilot como ferramenta de fidelização de seu ecossistema.
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