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Açúcar: Com Menor Produção, Indicador Atinge Novo Recorde Nominal em 2021

Publicado 05.01.2022, 17:59
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O ano de 2021 se iniciou em meio a estimativas indicando menor produtividade da cana-de-açúcar para a safra 2021/22 no estado de São Paulo, devido ao clima seco que prejudicou as lavouras, especialmente no segundo semestre de 2020. Para agravar o cenário, o clima seguiu desfavorável em 2021, com seca em boa parte do ano e geadas em meados de julho. Diante disso, a menor produção do açúcar foi se confirmando ao longo da moagem da cana no estado paulista, comprometendo a disponibilidade do cristal para o mercado spot. Sobretudo por esta razão, os preços médios da saca de 50 kg do açúcar cristal subiram ao longo do ano, com o Indicador CEPEA/ESALQ atingindo e renovando os recordes nominais da série do produto – no dia 16 de dezembro, o Indicador atingiu R$ 157,43/saca de 50 kg.

De abril/21 a dezembro/21, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal foi de R$ 132,65/saca de 50 kg, alta de 19,72% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 110,80/saca de 50 kg), em termos reais – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de novembro/21.

Somente de junho para julho/21 que a média mensal do Indicador apresentou certa estabilidade. Nesse período, houve concentração de vendas envolvendo maiores volumes e, por razões relacionadas à logística e armazenamento, algumas usinas foram flexíveis em baixar os preços ofertados. A partir de agosto/21, no entanto, o Indicador CEPEA/ESALQ retomou a tendência altista, que se sustentou até o encerramento do ano. 

A quebra da temporada 2021/22 fez com que a moagem da cana-de-açúcar nas usinas se encerrasse antes do período habitual, prolongando, desta forma, o período da entressafra. Em alguns casos esporádicos, usinas paulistas precisaram comprar açúcar para conseguir honrar os contratos internos e externos. 

Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), de abril/21 até dezembro/21 (1ª quinzena), as usinas de São Paulo produziram 21,477 milhões de toneladas de açúcar, queda de 18,26% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o açúcar demerara também se valorizou, influenciado pela queda na produção de açúcar no Brasil e pela alta no preço internacional do petróleo. No início de abril/21, o primeiro vencimento era negociado na casa dos 14 centavos de dólar por libra-peso, finalizando o mês já no patamar dos 17 centavos de dólar/lp. Em meados de agosto/21, o primeiro vencimento subiu para a casa dos 19 centavos de dólar/lp e, no dia 17 de novembro de 2021, atingiu o maior patamar desde fevereiro/17, de 20,42 centavos de dólar/lp. 

Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), de janeiro/21 a novembro/21, o Brasil exportou 25,319 milhões de toneladas de açúcar, 8,78% a menos que no mesmo período de 2020 (27,757 milhões de toneladas). Mesmo com a redução do volume exportado, a receita total obtida nos 11 primeiros meses de 2021 cresceu frente à do mesmo período ano anterior, totalizando US$ 8,433 bilhões. Esse cenário foi resultado do aumento nos valores externos e também do dólar. Em 2020, a receita foi de US$ 7,883 bilhões. 

A OIA (Organização internacional do Açúcar) estima déficit de 2,02 milhões de toneladas na safra mundial 2020/21, que se encerrou em setembro/21. Nesta próxima temporada global 2021/22, iniciada em outubro/21, a previsão é de déficit 2,55 milhões de toneladas.

NORDESTE – Os preços do açúcar cristal mantiveram-se em patamares altos em 2021 no spot nordestino, ultrapassando a casa dos R$ 150,00 por saca de 50 kg. No primeiro semestre, as altas foram influenciadas especialmente pela oferta restrita, já que a demanda esteve retraída. A partir da segunda quinzena de junho, foi verificado aumento no volume negociado do adoçante oriundo do Centro-Sul do País, sobretudo de Goiás. 

Em agosto, compradores aguardavam o açúcar da nova safra 2021/22, mas chuvas impediram o início da moagem em parte das usinas, contexto que limitou a oferta e manteve os preços em alta. Ressalta-se que os elevados valores no Centro-Sul do País também influenciaram a valorização do açúcar nordestino. Em setembro e outubro, com algumas unidades priorizando as exportações, os preços seguiram firmes. Nos últimos meses do ano, as cotações estiveram mais estáveis, com algumas usinas flexibilizando as suas ofertas, devido à necessidade de “fazer caixa”.

Com cerca de 61% da safra em andamento no Norte e Nordeste, as unidades produtoras da região já alcançaram uma moagem de 33,12 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até o dia 30 de novembro, conforme dados da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). Em relação ao açúcar, a produção deverá se recuperar até o final do ciclo atual. Estima-se que, até abril de 2022, as unidades do Nordeste produzirão um volume 7,6% superior ao observado na moagem passada. Até a segunda quinzena de novembro de 2021, foram fabricadas 1,58 milhão de toneladas de açúcar, contra 1,62 milhão de toneladas no mesmo período de 2020.

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