Dólar sobe enquanto mercados esperam por clareza sobre tarifas de Trump

Publicado 07.07.2025, 09:14
Atualizado 07.07.2025, 10:16
© Reuters. Nota de dólarn07/11/2016  REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista subia ante o real nesta segunda-feira, conforme os investidores reagiam a novidades sobre a política comercial dos Estados Unidos, que incluem um aparente adiamento na implementação de tarifas abrangentes, mas uma nova ameaça sobre países alinhados ao grupo Brics.

Às 9h50, o dólar à vista subia 0,42%, a R$5,4472 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,46%, a R$5,479 na venda.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou a sexta-feira em alta de 0,37%, a R$5,4245.

Os movimentos do real tinham como pano de fundo a força da divisa norte-americana ante seus pares, conforme os mercados se posicionavam para o prazo final de 9 de julho para que países fechem acordos comerciais com os EUA a fim de evitar a imposição de tarifas mais altas sobre seus produtos.

Na mais recente notícia sobre o tema, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o país está perto de finalizar acordos nos próximos dias e notificará sobre as tarifas mais altas até 9 de julho, com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, esclarecendo que as taxas entrarão em vigor em 1º de agosto.

Trump disse que os EUA começarão a entregar cartas sobre tarifas aos parceiros a partir das 13h (horário de Brasília) desta segunda-feira.

Na prática, o anúncio representaria um adiamento de três semanas na implementação das tarifas, o que seria um alívio. No entanto, uma nova ameaça tarifária de Trump sobre os países alinhados ao Brics compensava o efeito positivo do aparente adiamento das outras taxas.

O presidente norte-americano afirmou que os EUA irão impor uma tarifa adicional de 10% a todos os países que se alinharem às "políticas antiamericanas" do Brics, cujos líderes deram início a uma cúpula no Rio de Janeiro no domingo.

A maior economia do mundo parecia também não oferecer novidades sobre as negociações com parceiros comerciais importantes, como Japão e União Europeia, o que tornava improvável o alcance de entendimentos até quarta-feira.

Em meio às diversas incertezas comerciais, os investidores optavam pela cautela, favorecendo amplamente o dólar.

"O dólar opera refletindo a mudança na estratégia comercial do EUA", disse Eurico Ribeiro, assessor de investimento da B&T XP (BVMF:XPBR31) em nota. "O presidente Donald Trump postergou para 1º de agosto a data de início das novas tarifas, antes previstas para entrar em vigor em 9 de julho. O desfechos dessas negociações segue como um ponto central para o comportamento dos mercados nas próximas semanas. A expectativa gira em torno da reação dos mais de 100 países que ainda estão for a dos pactos comerciais com os EUA."

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,43%, a 97,383.

Alguns pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano, tinham quedas ainda mais acentuadas frente à moeda dos EUA.

No resto da semana, que conta com poucos dados econômicos, os mercados globais devem continuar voltados à pauta do comércio.

Já no Brasil, para além das disputas comerciais, o mercado avaliará o relatório do IPCA para junho, na quinta-feira. O dado deve consolidar seis meses seguidos com a inflação em 12 meses correndo acima da margem de tolerância da meta desde que o novo sistema de meta contínua entrou em vigor, em janeiro, o que obrigará o Banco Central a encaminhar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda explicando os motivos do descumprimento do objetivo.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus reduziram a projeção para a inflação brasileira neste ano pela sexta semana consecutiva. O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,18% ao fim deste ano, abaixo da previsão de 5,20% na pesquisa anterior.

Os investidores também continuarão atentos a qualquer novidade em relação ao impasse em torno das tentativas do governo de elevar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com a disputa entre Executivo e Legislativo agora no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).

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