Calendário Econômico: Inflação no Brasil e EUA em meio ao risco fiscal no mundo
Os preços do açúcar cristal encerraram agosto em queda no mercado spot de São Paulo, aponta levantamento do Cepea. Entre 25 e 29 de agosto, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 118,69/saca de 50 kg, baixa de 1,56% em relação à verificada no intervalo anterior. Pesquisadores explicam que o recuo das cotações foi atribuído à menor movimentação no mercado. Houve pequena presença de compradores interessados em negociações do cristal para pronta-entrega. De fato, a liquidez captada pelo Cepea caiu 47% na última semana em comparação com a anterior. Dados da Unica mostram que, na primeira quinzena de agosto, a região Centro-Sul produziu 3,615 milhões de toneladas de açúcar, avanço de 15,96% frente ao mesmo período de 2024. O mix de produção esteve significativamente mais açucareiro, com 55% da cana direcionada ao açúcar.
ETANOL: Menor oferta sustenta preços em agosto pelo segundo ano
A cotação média do etanol hidratado no mercado paulista subiu em agosto pelo segundo ano consecutivo, aponta levantamento do Cepea. Pesquisadores explicam que o comportamento é atípico para o período, considerado por usinas do Centro-Sul como de pico de colheita e, consequentemente, de queda de preços no spot. Dados mensais do Cepea, iniciados em 1999, mostram que, em 11 temporadas, o valor do combustível cedeu de julho para agosto. Segundo o Centro de Pesquisas, na atual temporada (2025/26), o suporte aos preços vem da menor oferta. As adversidades enfrentadas pela indústria na produção de etanol, devido ao baixo rendimento agrícola, às queimadas dos canaviais do ano passado e ao clima seco nas principais regiões produtoras, têm resultado em menor oferta de cana-de-açúcar. No fechamento de agosto/25, cálculos do Cepea mostram que o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado teve média de R$ 2,6716/litro, alta de 4,02% em relação ao mês anterior. Para o anidro (modalidade spot e contratos), a média foi de R$ 2,9713/litro, aumento de 3,08% em igual comparação.
TRIGO: Colheita se inicia no Sul, mas negócios seguem lentos
Com moinhos abastecidos, as negociações de trigo em grão seguem limitadas, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, vendedores estão focados no desenvolvimento da safra, nos trabalhos de campo e também no início da colheita no Sul do Brasil. Aqueles com necessidade imediata acabam cedendo nos valores pedidos, enquanto moageiras bem estocadas ofertam preços ainda menores. Além disso, a proximidade da entrada de maior volume da safra 2025, as boas expectativas de produtividade, a taxa cambial em patamares mais baixos e a ampla oferta mundial reforçam a pressão sobre as cotações internas. Em agosto/25, a média mensal no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.291,08/tonelada, quedas de 2% frente a julho/25 e de 12,2% em relação a agosto/24, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI). No Paraná, a média foi de R$ 1.433,50/t, baixa de 2,9% no comparativo mensal e de 9,4% no anual. Em São Paulo, os recuos foram de 4,6% e 12,6%, respectivamente, com média de R$ 1.431,12/t em agosto/25. Em Santa Catarina, a cotação média foi de R$ 1.432,41/t, retrações de 0,6% e 7,6%, nesta mesma ordem.
TOMATE: Preços caem com força em SP
Levantamentos da equipe Hortifrúti/Cepea mostram que, na última semana (de 25 a 29/08), o preço médio da caixa do tomate salada 3A no atacado de São Paulo foi de R$ 57, forte queda de 19,3% em relação ao período anterior; em Campinas (SP), a baixa foi de 11,3%, para R$ 82/cx, enquanto os atacados do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte (MG) apresentaram relativa estabilidade, a R$ 73/cx e R$ 60/cx, respectivamente. Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, a pressão vem da maior produtividade e das temperaturas mais elevadas. Para setembro, com o fim da colheita de tomates tardios, a previsão é que a disponibilidade seja um pouco mais controlada.