O mercado spot paulista de açúcar cristal seguiu desaquecido por mais uma semana. Segundo colaboradores do Cepea, a liquidez esteve baixa, e somente em casos pontuais é que foram observadas negociações envolvendo maiores volumes. A demanda tem sido menor desde o início oficial da entressafra 2021/22 (em janeiro/22), conforme esperado, uma vez que compradores normalmente se abastecem antecipadamente para este período. Do lado das usinas, as unidades que tinham a intenção de vender lotes do cristal Icumsa 180 estiveram flexíveis quanto aos preços – contexto que levou o Indicador CEPEA/ESALQ cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, a operar na casa dos R$ 145,00/saca de 50 kg em alguns dias da semana passada. Já na sexta-feira, 11, o Indicador fechou em R$ 148,61/sc, alta de 2,44% sobre o dia anterior, devido a uma concentração de negócios envolvendo o Icumsa 150, produto que continua restrito no correr de toda a safra 2021/22. No balanço do período (de 7 a 11 de fevereiro), a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 146,63/sc, pequeno aumento de 0,08% em relação à da semana anterior.
ETANOL: PROCURA AUMENTA, MAS COTAÇÕES SEGUEM EM QUEDA
Com o reaquecimento da demanda, os volumes dos etanóis hidratado e anidro negociados na última semana no spot paulista cresceram com força frente ao período anterior. Para o hidratado, especificamente, o volume captado pelo Cepea junto às usinas do estado de São Paulo cresceu quase 4 vezes frente ao da semana anterior. Segundo colaboradores do Cepea, a melhora da relação entre os preços do biocombustível e da gasolina C nas bombas foi um dos fatores que favoreceram a liquidez no mercado de etanol hidratado na última semana. Além disso, as pequenas aquisições registradas nas semanas anteriores fizeram com que algumas distribuidoras trabalhassem com estoques restritos. No entanto, apesar do aumento do volume negociado, os preços dos biocombustíveis caíram na semana passada (7 – 11). O Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 2,8383/litro, queda de 2,37% frente ao da semana anterior (31 – 4). No caso do anidro, a baixa foi ainda maior, de 8,05%, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando em R$ 3,2064/litro.
TRIGO: ESTIMATIVAS INDICAM NOVA SAFRA RECORDE NO PAÍS; DÓLAR PRESSIONA VALOR INTERNO
Estimativas oficiais divulgadas neste mês mostram que os altos preços do trigo no mercado brasileiro tendem a manter elevadas a área e a produção nacional do cereal, que, inclusive, pode ser novamente recorde. Conforme colaboradores do Cepea, produtores, especialmente os do Sul do País, devem semear trigo em áreas que tradicionalmente ficam sem cultivo na safra de inverno. No relatório deste mês, a Conab indicou que a safra 2021/22 somou 7,68 milhões de toneladas, estável frente ao relatório de janeiro, mas com forte alta de 23,2% em relação à temporada anterior. A área nacional cresceu 17% sobre a da safra 2020, atingindo 2,73 milhões de hectares. Além disso, a produtividade seguiu apontada em 2,803 toneladas por hectare, 5,3% superior à de 2020/21 (2,663 t/ha). No mercado doméstico, as negociações têm ocorrido em linha com o interesse e a necessidade do produtor de liberar espaço para armazenagem da safra verão, que está sendo colhida atualmente. Na última semana (7 – 11), os preços recuaram no mercado de lotes, influenciados pela desvalorização de 1,88% do dólar frente ao Real, para R$ 5,226 na sexta-feira, 11.
BATATA: COM MENOS CHUVAS, OFERTA CRESCE E PRESSIONA COTAÇÕES NO ATACADO
As cotações da batata tipo ágata especial recuaram nos últimos dias nos atacados acompanhados pelo Hortifruti/Cepea. A desvalorização refletiu a maior oferta do tubérculo na última semana, visto que as chuvas diminuíram nas regiões produtoras, e, com isso, o ritmo de colheita aumentou. Em São Paulo (SP), o preço da saca de 25 kg teve média de R$ 80,53 entre 7 e 11 de fevereiro, 10,52% menor que a da semana anterior (31 – 4). No Rio de Janeiro (RJ), a média foi de R$ 71,76, recuo de 20,86% no comparativo semanal; e em Belo Horizonte (MG), a desvalorização foi de 14,10%, para R$ 83,50 na última semana.