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Crescimento acelerado
Entre julho de 2024 e junho de 2025, a África Subsaariana registrou 52% de aumento no volume on-chain, segundo a Chainalysis. É a terceira região que mais cresce no mundo, atrás apenas da Ásia-Pacífico e da América Latina. Apesar de ainda representar o menor mercado em volume absoluto, o ritmo atual sinaliza uma mudança estrutural.
Em março de 2025, o volume mensal chegou a US$ 25 bilhões, puxado pela desvalorização abrupta da moeda na Nigéria — exemplo claro de como crises cambiais aceleram a adoção de criptoativos.
Adoção popular e inclusão financeira
Mais de 8% do valor transferido na região está em operações abaixo de US$ 10 mil, acima da média global de 6%. Isso revela um uso distribuído e funcional, ligado a pagamentos e poupança cotidiana, não apenas à especulação.
Com milhões de pessoas ainda fora do sistema bancário, as criptomoedas surgem como uma infraestrutura paralela: acesso ao dólar via stablecoins, remessas mais baratas e pagamentos transfronteiriços sem barreiras.
Nigéria e África do Sul
A Nigéria é o epicentro: movimentou US$ 92 bilhões em um ano, quase três vezes mais que a África do Sul. O contexto de inflação alta, controles cambiais e população jovem impulsionou o Bitcoin, que responde por 89% das compras em exchanges locais. Stablecoins também ganharam espaço como substituto prático do dólar.
Já a África do Sul segue outro caminho: menor volume, mas com regulação avançada e participação institucional forte, incluindo bancos locais desenvolvendo stablecoins e custódia cripto.
Bitcoin como ativo dominante
Na região, o Bitcoin concentra a entrada de capital: 89% das compras na Nigéria e 74% na África do Sul, contra 51% da média global. Isso reflete a busca por liquidez e segurança frente a moedas locais frágeis. Mercados mais estruturados, como o sul-africano, já mostram maior diversificação com ETH e XRP.
Conclusão
A África Subsaariana se consolidou como laboratório de utilidade real das criptomoedas. Ali, o avanço não é movido por especulação institucional, mas por necessidade econômica: proteger valor, acessar dólares e viabilizar transações. O resultado é que a região já não é apenas emergente — está se tornando um polo estratégico da criptoeconomia global.
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Fontes: Chainalysis