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Algodão: Preços da pluma atravessaram mais um mês com poucas oscilações

Publicado 14.03.2023, 14:35
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Mesmo em período de entressafra, os preços do algodão em pluma atravessaram mais um mês com poucas oscilações. Entre 31 de janeiro e 28 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 1,54%, fechando a R$ 5,1750/lp no encerramento de fevereiro. A média de fevereiro do Indicador, de R$ 5,2389/lp, está 1,76% menor que a de janeiro/23 e 26,04% inferior à de um ano atrás, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de janeiro/23). A média de fevereiro está 16,2% superior à paridade de exportação. Além disso, mesmo estando inferior às médias dos dois últimos anos, a de fevereiro/23 está 20,7% maior que a registrada em fevereiro/20 (R$ 4,34/lp). No geral, as cotações internas têm sido influenciadas por pequenas variações nos valores externos e do dólar. Além disso, as incertezas quanto ao crescimento econômico mundial e o recebimento/cumprimento de contratos a termo no cenário brasileiro têm restringido a liquidez. Além disso, a intensa “queda de braço” no spot nacional entre agentes quanto ao preço e à qualidade dos lotes disponibilizados reforça a relativa estabilidade no preço da pluma. Vale considerar que, sazonalmente, os preços internos da pluma registram aumentos no primeiro bimestre de cada ano, com valores acima da média anual. Recuos nesse período foram observados apenas em anos em que as estimativas apontavam oferta crescente, como em 2017 e 2019. Em 2023, a projeção também é de produção superior à de 2022. Porém, as exportações estão em alta, o que reduz a disponibilidade interna.

Do lado comprador, empresas estão cautelosas nas novas aquisições, diante do fraco desempenho das vendas dos manufaturados. Já os compradores ativos indicam ter dificuldades em encontrar a pluma dentro das características desejadas. Cotonicultores, por sua vez, se atentam ao campo– ressalta-se que o excesso de chuva em algumas regiões atrasou a colheita da soja e, consequentemente, a semeadura do algodão segunda safra, contexto que afastou muitos produtores do spot. Além disso, alguns desses agentes estão capitalizados e/ou fazendo receita com a soja – apenas os que têm necessidade de “fazer caixa” e/ou que detêm lotes de algodão abaixo do padrão estão mais flexíveis. Agentes buscam realizar novos contratos a termo envolvendo tanto a safra 2021/22 quanto a 2022/23, com preços baseados no Indicador e nos contratos da Bolsa de Nova York (ICE Futures). Para exportação, agentes já mostram interesse maior em negociar o produto da safra 2023/24.

MERCADO INTERNACIONAL – Entre 31 de janeiro e 28 de fevereiro, o dólar se valorizou 2,82% frente ao Real, fechando a R$ 5,221 no dia 28. O Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) registrou baixa de 2,60% no mesmo comparativo, a US$ 0,9935/lp no dia 28. Dessa forma, as paridades de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) caíram apenas 0,15% no mês, para R$ 4,5202lp (US$ 0,8658/lp) no porto de Santos (SP) e R$ 4,5307/lp (US$ 0,8678/lp) no de Paranaguá (PR), também no dia 28. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de 31 de janeiro a 28 de fevereiro, o vencimento Mar/23 se desvalorizou 2,35%, a US$ 0,8419/lp; o Maio/23, 3,36%, a US$ 0,8403/lp; o Jul/23, 3,43%, a US$ 0,8446/lp; e o Out/23, 1,62%, a US$ 0,8435/lp.

COTTON OUTLOOK – Em relatório divulgado no dia 24 de fevereiro, o Cotton Outlook indicou que a produção mundial da safra 2023/24 está estimada em 25,398 milhões de toneladas, 2% maior do que em 2022/23 (24,892 milhões de t). Quanto ao o consumo mundial, houve queda de 3,6% no mesmo comparativo, a 24,553 milhões de t na temporada 2023/24. Para o Brasil, especificamente, a produção pode chegar a 2,8 milhões de toneladas na temporada 2023/24, 3,4% inferior à anterior (2,9 milhões de t), enquanto o consumo nacional pode aumentar 3,7%, indo para 700 mil t na safra 2023/24.

USDA – Estimativas divulgadas pelo USDA no Fórum Anual de Perspectivas Agrícolas no dia 23 de fevereiro,apontam produção mundial de 25,04 milhões de toneladas na temporada 2023/24, aumento de apenas 0,5% frente à anterior. Para o consumo, a estimativa é de avanço de 4,3% em relação à temporada anterior (2022/23), indo para 25,15 milhões de t. O volume produzido nos Estados Unidos, especificamente, pode chegar a 3,44 milhões de toneladas na temporada 2023/24, alta de 7,6% se comparada com a anterior.

CAROÇO DE ALGODÃO – O baixo volume disponível neste período de entressafra e a disparidade de preços entre compradores e vendedores limitam a comercialização do caroço de algodão. Assim, agentes seguem cumprindo contratos a termo. A cautela do lado comprador se dá diante dos atuais preços e do desempenho das vendas dos derivados, como torta e farelo de algodão, somada ao bom volume de chuvas em diversas regiões do País, o que favorece a pastagem e reduz a demanda por esses produtos. Mas ainda assim, fechamentos tanto para indústrias como pecuaristas foram registrados no spot. Quanto aos preços, levantamento do Cepea mostra que a média do caroço no mercado spot em fevereiro/23 em Lucas do Rio Verde (MT) foi de R$ 1.180,67/t, queda de apenas 0,4% em relação ao mês anterior e retração de expressivos 26,1% sobre fevereiro/22 (R$ 1.598,61/t), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de janeiro/23. Em Campo Novo do Parecis (MT), a média foi de R$ 1.129,20/t, baixas de 3,4% frente à de janeiro/23 e de 31% em relação à de fevereiro/22. Em São Paulo (SP), a média caiu somente 0,3% no mês e 16,3% no ano, a R$ 1.664,09/t em fevereiro/23. Já na Bahia (BA), a média foi de R$ 1.619,79/t no segundo mês de 2023, alta de 0,5% frente a janeiro, mas baixa de 7,1% se comparada à de fevereiro de 2022. Em Primavera do Leste (MT), a média subiu 7% na comparação mensal, mas recuou 24,1% na anual, indo para R$ 1.289,69/t em fevereiro/23.

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