Publicado originalmente em inglês em 26/04/2021
- Resultados do 1T2021 serão divulgados na terça-feira, 27 de abril, após o fechamento;
- Expectativa de receita: US$ 51,38 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 15,70.
Apesar de diversas investigações regulatórias e normas mais rígidas de coleta e uso de informações pessoais pelas empresas de redes sociais, os investidores continuam vivendo um caso de amor com a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34), empresa controladora do Google. A ação tem apresentado um dos melhores desempenhos neste ano entre seus pares no grupo de gigantes da tecnologia.
Os papéis do Google já subiram mais de 30% em 2021 e fecharam na máxima recorde de US$ 2.299,93 na sexta-feira. Eles estão se beneficiando de sinais de que essa potência dos mecanismos de busca finalmente está tendo sucesso na diversificação e expansão das vendas dos seus negócios de computação na nuvem e YouTube.
Essa recuperação é importante, principalmente no momento em que a economia se reabre e há boas perspectivas para a volta dos anúncios digitais – core business da empresa – de setores como: viagens, restaurantes e serviços relacionados a turismo.
Graças a essa resiliência, a expectativa dos analistas é que o lucro por ação da empresa registre uma expansão de cerca de 60%, para US$ 15,70, quando o Google divulgar seus resultados do primeiro trimestre amanhã. As vendas durante o período devem disparar 25%, para US$ 51,38 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em nota recente, o Bank of America caracterizou o Google como uma das principais ações da reabertura, prevendo uma aceleração ainda maior das receitas no segundo trimestre, mesmo com “a desaceleração de muitas grandes empresas da internet nesse quesito”.
Diversificação acelerando
Além da retomada do mercado de anúncios digitais, os investidores também ficaram animados em ver que os esforços da companhia de diversificar suas vendas além dos mecanismos de busca estão dando resultado. O Google Cloud teve um faturamento de US$ 13,06 bilhões em 2020.
Em nota recente, analistas da Jefferies disseram que os serviços de nuvem da empresa tiveram uma aceleração muito mais acentuada do que o Amazon Web Services, unidade de nuvem da Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), enquanto o JPMorgan avaliou os negócios na nuvem em US$ 246 bilhões em um relatório de abril.
O YouTube, outra unidade de alto crescimento, viu suas vendas dispararem 46% no último trimestre de 2020, à medida que os anunciantes corriam para a plataforma de compartilhamento de vídeos em meio à pandemia. A companhia declarou que a plataforma agora alcança mais usuários entre 25 e 49 anos do que todas as redes de TV a cabo juntas.
Brian Nowak, analista do Morgan Stanley, acredita que o YouTube é “a maior e mais subestimada plataforma de anúncios" da internet. Com uma forte recuperação no mercado de anúncios de marca e de resposta direta, o YouTube está bem posicionado para entregar um crescimento de receita de mais de 40% em 2021, escreveu o analista em nota.
Todo esse otimismo, no entanto, tem feito vista grossa às investigações antitruste contra o Google. Muitos estados americanos, assim como o Departamento de Justiça dos EUA, abriram diversos processos antitrustes contra a companhia no ano passado, acusando o Google de monopolizar ilegalmente as pesquisas na internet e os anúncios nos mecanismos de busca através de uma série de contratos e condutas anticompetitivas.
Por enquanto, os investidores estão ignorando esses desafios jurídicos, que podem levar anos para se concluírem.
Conclusão
Com seu core business intacto e sua diversificação de receita acelerando, o Google deve divulgar excelentes resultados neste ano. Provavelmente veremos mais altas em suas ações nos próximos dias.