- Resultados do 1T22 serão divulgados na quinta-feira, 28 de abril, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 116,46 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 8,37.
Quando a Amazon.com (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) divulgar seu mais recente balanço trimestral hoje, após o fechamento do mercado, os investidores devem ver uma dependência maior da gigante do varejo eletrônico às suas unidades de nuvem e publicidade. As ações da empresa fecharam o pregão de quarta-feira a US$ 2.763,34.
Essa tendência já estava patente em seu balanço anterior, quando a potência do comércio eletrônico sediada em Seattle superou as estimativas dos analistas, apesar de diversos riscos para seu negócio central, como a inflação mais alta, os gargalos na cadeia de fornecimento e a escassez de mão de obra.
Embora esses ventos contrários tenham-se intensificado no último trimestre, os investidores não devem ignorar o sucesso da estratégia de diversificação da Amazon, com destaque para o bom momento das suas unidades de nuvem e publicidade.
As vendas do Amazon Web Services (AWS), que oferece aos clientes capacidade de servidor e ferramentas de software, além de gerar uma significativa porção do lucro operacional da companhia, vêm registrando um sólido crescimento. No 4º tri, a unidade registrou vendas de US$ 17,8 bilhões, uma alta de 40% ano a ano, com um lucro operacional de US$5,29 bilhões.
A unidade de anúncios digitais da Amazon, que compete com o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), e o Facebook, Instagram e outras subsidiárias da Meta Platforms (NASDAQ:FB), cresceu 32% em relação a um ano antes. Essa foi a primeira vez em que a companhia divulgou os resultados com publicidade em uma linha separada em seu demonstrativo. Anteriormente, a unidade fazia parte da categoria de receita “outros”.
Apesar de as vendas da loja on-line terem caído no 4º tri em relação aos ganhos impulsionados pela pandemia no ano anterior, os lucrativos negócios da Amazon com computação na nuvem e publicidade mais do que compensaram esse recuo. Mais de 50% das vendas da companhia agora vêm de áreas que não incluem seu próprio varejo, como computação na nuvem e anúncios.
Potencial de alta de 45%
É por isso que os analistas de Wall Street estão otimistas com as perspectivas da companhia no longo prazo, apesar das condições econômicas incertas que estão prejudicando o desempenho do papel.
Em uma pesquisa feita pelo Investing.com com 55 analistas, 51 deles recomendaram compra na ação, com preço-alvo de 12 meses indicando alta de cerca de 45,67%
Fonte: Investing.com
O Bank of America (NYSE:BAC), em nota recente, indicou a Amazon como sua principal escolha para 2022, dizendo que a empresa deve registrar uma “significativa” expansão nas margens de lucro de 2023 a 2025, graças aos seus negócios de nuvem, publicidade e marketplace de terceiros.
Em nota divulgada pela CNBC, Mark Mahaney, da Evercore ISI, ressaltou que a Amazon pode registrar mais um ciclo de crescimento de receita com publicidade internacional e de marca através de produtos e ofertas como Twitch e Thursday Night NFL. Sua nota diz ainda:
“Cabe ressaltar que a receita da Amazon com anúncios é maior do que a do YouTube (US$ 31B vs. 29B em 2021) e cresce mais rápido (56% vs. 46%). E, ao contrário do GOOGL e do FB, a AMZN não enfrenta obstáculos na atribuição de anúncios baseados em privacidade, na medida em que seu ecossistema é de ciclo fechado.”
Mahaney tem uma classificação de “acima da média” para a ação e seu preço-alvo é de US$4300, o que implica um potencial de alta de 57% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira.
Conclusão
O excelente momento dos negócios da Amazon com computação na nuvem e publicidade deve ajudá-la a atender ou mesmo superar as expectativas dos analistas no balanço de hoje. Esses novos vetores de crescimento, aliados à sua posição ainda dominante no segmento de e-commerce, fazem com que seja uma opção atraente no longo prazo, após seu ciclo de baixa neste ano.