ARÁBICA
Apesar do clima preocupante em setembro, devido ao longo período de seca, a expectativa de retorno das chuvas para o encerramento do mês acabou pressionado as cotações externas e internas do café arábica. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 453,46/saca de 60 kg em setembro, recuo de 1,2% frente à média de agosto. O clima seco na maior parte do período manteve agentes afastados do mercado, travando as negociações. No comparativo com setembro/16, as cotações recuaram fortes 9,8%. Na Bolsa de NY (ICE Futures), os contratos se desvalorizaram 1,6%, em média. Já o valor do dólar caiu 0,6% em setembro, com média de R$ 3,130 no mês.
Mesmo com a finalização da colheita, as primeiras flores de arábica já podiam ser observadas no início de setembro. As chuvas de agosto foram suficientes para a indução de uma florada precoce nas praças paulistas de Garça e Mogiana, no Noroeste do Paraná e em algumas áreas do Sul de Minas. No Noroeste do Paraná e em Garça, floradas significativas foram observadas, chegando a 50% do potencial das regiões. Na Mogiana, a abertura das flores foi menos significativa, mas ainda representou entre 10% e 20% dos cafezais. Já no Sul de Minas, a florada foi muito pequena, ocorrendo apenas nos cafezais onde as precipitações em agostos foram mais representativas. Já em meados de setembro, a estiagem passou a preocupar produtores. Apesar de possibilitar a finalização da colheita, o clima seco acabou causado o murchamento das plantas em meados de setembro, além do desfolhamento em algumas localidades, principalmente nas lavouras de SP e do Sul de Minas que já tinham apresentado uma primeira florada, preocupando agentes quanto ao potencial produtivo dessas lavouras. Na última semana do mês, as chuvas retornaram às regiões produtoras brasileiras. A volta das precipitações foi essencial para a redução do estresse hídrico das plantas, auxiliando nas condições das lavouras e favorecendo a produção da safra 2018/19. Além de aliviarem um pouco os cafezais, as chuvas observadas nessas regiões podem ter sido suficientes para induzir a florada no restante das lavouras, em especial no Sul de Minas, o maior produtor da variedade. Assim, a continuidade das chuvas nos próximos meses será essencial para o pegamento das flores e o desenvolvimento da temporada 2018/19, sendo que um novo período de estiagem poderia prejudicar a próxima safra.
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ROBUSTA
As cotações do robusta permaneceram em queda no mercado interno em setembro, pressionadas pela retração de compradores e pelas cotações externas do grão, que também recuaram no período, influenciadas por fatores técnicos e pela proximidade da colheita no Vietnã, o maior produtor da variedade. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta peneira 13 acima teve média de R$ 400,50/saca de 60 kg no mês, queda de 2,5% frente à média de agosto. Já o tipo 7/8 bica corrida também recuou 2,5% na mesma comparação, com média de R$ 392,79/sc. Além da retração de compradores, produtores também permaneceram afastados do mercado, mantendo baixa a liquidez em setembro. No mercado internacional, o contrato Novembro/17 do robusta negociado na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) fechou a US$ 1.968,00/tonelada em 29 de setembro, recuo de 4,9% frente a 31 de agosto.
No mercado físico, além da expectativa de maior produção no Brasil, devido ao clima mais favorável, expectativas de boa colheita no Vietnã acabaram pressionando as cotações internacionais da variedade, mantendo compradores retraídos e afetando os preços domésticos do grão. No campo, as chuvas de agosto beneficiaram os cafezais brasileiros, induzindo floradas em alguns locais. Já no início de setembro, Rondônia apresentava uma boa florada, correspondendo a 100% do potencial da região, enquanto que no Espírito Santo, as flores correspondiam a 60%. Já em meados de setembro, a falta de precipitações voltou a preocupar os produtores capixabas, uma vez que as reservas de água no estado já estavam em baixos níveis. Além disso, na segunda-feira, 11, o Espírito Santo voltou a proibir a irrigação das lavouras, o que impactou fortemente a produção do robusta em anos anteriores. A medida, no entanto, vale apenas para o período entre 5h e 18h. O retorno das chuvas no final do mês, tanto no Espírito Santo como em Rondônia, aliviou produtores de ambos os estados, sendo que, no primeiro, as precipitações foram suficientes para a indução da florada em 100% dos cafezais restantes. No acumulado do mês, as estações de Cacoal (RO), São Mateus e Linhares (ES) registraram 52,8 mm, 83,8 mm e 11 mm de precipitações, respectivamente, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Na Bahia, o clima permaneceu favorável em setembro, com chuvas esporádicas e ventos, que aliviaram o calor da região e permitiram o pagamento das flores.
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