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Trigo Fica Estável no RS e PR

Publicado 26.05.2017, 10:56
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As comercializações de trigo no mercado doméstico mantiveram-se estáveis no Rio Grande do Sul e no Paraná em abril, mesmo com algumas regiões deste último estado apontando maior demanda. Em Santa Catarina e São Paulo, as cotações estiveram firmes, sustentadas pela disponibilidade reduzida do cereal nessas praças. No geral, as negociações foram pontuais e com volumes variando de acordo com a necessidade de cada agente.

No início do mês, a ausência de moinhos (abastecidos) do mercado doméstico e os menores preços externos contribuíram para a baixa liquidez doméstica. Nas duas últimas semanas do mês, no entanto, o interesse de compra por parte de moinhos aumentou, o que valorizou as cotações do trigo em grão.

Em abril, os preços no mercado de lotes (negociação entre empresas) avançaram 2,6% em São Paulo, 1,2% no Paraná e 0,7% em Santa Catarina, mas recuaram 1,2% no Rio Grande do Sul. No mercado de balcão, os valores subiram 1,9% no Rio Grande do Sul e 0,5% em Santa Catarina, mas caíram 0,8% no Paraná.

No campo, após um bom início de semeio nas regiões brasileiras produtoras de trigo, as atividades foram interrompidas nos últimos dias do mês passado em algumas praças do Sul. Entretanto, a maior umidade e temperaturas mais baixas em maio podem beneficiar o desenvolvimento das lavouras já implantadas.

Quanto à área alocada ao trigo no Brasil, as expectativas de redução continuam. Para o Rio Grande do Sul, especificamente, ainda não há estimativas oficias, mas também prevalecem intenções de redução de área na região. Os valores praticados nessa praça muitas vezes não cobrem os custos operacionais e fixos de produção. Nesse cenário, segundo a Emater/RS, a baixa liquidez e o elevado risco de cultivo, em função do clima no RS, são fatores que pesam na decisão de semeio. Em 2016, parte da área do estado destinada ao trigo foi ocupada com outras culturas de inverno, como cevada, aveia e canola.

FARINHA - As cotações subiram no mercado de derivados em abril, refletindo a elevação dos custos fixos dos moinhos, a baixa disponibilidade do grão, e o aumento dos preços do trigo devido à boa qualidade do cereal. Durante o mês, as farinhas para massas salgada, doce, fresca e pré-mix se valorizaram 4,29%, 2,53%, 1,47% e 1,11%, respectivamente. Já os preços das farinhas para massas em geral, panificação e integral caíram 0,59%, 0,42% e 0,18%, na mesma ordem.

FARELO – As cotações do farelo de trigo a granel e ensacado seguiram em queda em abril. O valor do produto a granel recuou 7,62%, e do ensacado, 3,94%. A longo prazo, os preços do farelo sinalizam desvantagem para moinhos, que, muitas vezes, comercializam a tonelada do derivado a preços menores que os valores pagos pelo trigo em grão.

MERCADO INTERNACIONAL – Os contratos futuros internacionais recuaram em abril, refletindo a ampla oferta mundial e o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras no Estados Unidos. Nem mesmo o atraso do semeio da safra de primavera e o clima adverso no sul das Grandes Planícies (que pode prejudicar as lavouras que estão perfilhando) não foram suficientes para conter as quedas. Segundo informações do USDA, 54% das lavouras do cereal de inverno dos EUA apresentavam condições boas ou excelentes em abril, contra 61% no mesmo período do ano passado. Outras 13% estavam em condições ruins ou muito ruins, contra 7% em 2016, fator que sustentou as cotações norte-americanas.

O contrato Maio/17 do trigo Soft Red Winter da CME Group (Bolsa de Chicago) caiu 1,9% em abril, fechando a US$ 4,1850/bushel (US$ 153,77/t) no dia 28. Na bolsa de Kansas, o contrato Maio/17 do trigo Hard Winter avançou 1%, a US$ 4,2475/bushel (US$ 156,07/t).

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO – As importações brasileiras de trigo totalizaram 460,87 mil toneladas em abril, volume 22% menor que no mês anterior. Do total importado, 80,5% vieram da Argentina, 9,9% dos Estados Unidos e 9,6% do Paraguai, segundo dados da Secex. No segmento das farinhas, as importações diminuíram 19% de março para abril. Quanto às exportações brasileiras do cereal, também caíram (76%) de março para abril, somando 30,72 mil toneladas.

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