- A Disney está sob pressão por causa de preocupações com a desaceleração do crescimento do número de assinantes do seu aplicativo de streaming.
- Muitos analistas consideram o recuo dos papéis como uma oportunidade de compra, em vista da força das outras unidades da companhia.
- A Disney é uma das ações que se desvalorizaram bastante, apesar da recuperação dos seus resultados.
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É difícil escolher ações que podem se destacar no longo prazo, em razão da atual turbulência nas ações de tecnologia. Os investidores estão rapidamente se dando conta da nova realidade: o boom de uma década nos resultados e a disparada dos preços das ações parecem ter chegado ao fim.
Muitas empresas de tecnologia anunciaram cortes de colaboradores e redução das contratações. Algumas inclusive rebaixaram suas projeções de crescimento e interromperam seus planos de expansão. Essa nova fase de menores expectativas também é evidente no mercado de streaming de vídeo, que vinha crescendo forte, mas agora alguns dos seus maiores players enfrentam dificuldades para encontrar novos clientes.
As ações da maior empresa de entretenimento do mundo, a Walt Disney Company (NYSE:DIS) (SA:DISB34), acumulam queda de cerca de 30% neste ano, por causa de preocupações com o crescimento do aplicativo de streaming da companhia, o Disney+, que pode desacelerar após avanços notáveis nos últimos dois anos.
Os investidores já estão esperando um crescimento mais lento no segmento, após a Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) chocar Wall Street com uma queda inesperada de assinantes em abril, além de prever uma perda ainda maior no atual trimestre. Esse revés forçou a companhia, líder no setor de streaming a mudar de rota e anunciar planos para adotar uma versão mais barata do serviço com anúncios.
Apesar de as ações da Disney poderem registrar sua pior queda anual dos últimos 47 anos, muitos analistas estão otimistas com o futuro da companhia sediada em Burbank, Califórnia, apostando que a “Casa do Mickey Mouse”, pode evitar a perda de assinantes de streaming de vídeo responsável por fazer os papéis da sua concorrente Netflix despencarem.
Potencial de alta de 44%
Em uma pesquisa do Investing.com com 30 analistas, a maioria recomendava compra na Disney.
Fonte: Investing.com
Entre os pesquisados, a ação tinha um potencial de alta de 44,21%, com um preço-alvo médio de 12 meses de US$ 156,71.
O que alimenta esse otimismo é a esperança de que a unidade de streaming da Disney ainda tenha espaço para crescer e, ao contrário da Netflix, a DIS possui um modelo de negócio diversificado que, além da plataforma de vídeo, inclui parques temáticos e resorts, que devem se recuperar agora que os bloqueios sanitários terminaram na maior parte do mundo.
Além disso, no trimestre mais recente, a empresa reportou um crescimento acima do esperado em seu serviço de streaming Disney+. A unidade encerrou o trimestre com 137,7 milhões de assinantes em todo o mundo, uma alta de 33% em relação ao mesmo período do ano passado. Embora o ganho tenha sido menor do que a expansão registrada nos três meses anteriores, ficou acima das estimativas de Wall Street de 134,4 milhões.
As vendas em parques temáticos também se recuperaram forte. Os resultados da divisão de resorts da companhia aumentaram para US$ 1,76 bilhão, em comparação com um prejuízo no ano passado, após os visitantes retornarem para seus hotéis e parques temáticos. Essa tendência deve acelerar ainda mais nos meses de verão.
De acordo com o Credit Suisse (SIX:CSGN), a Disney é uma das ações mais subvalorizadas após uma significativa queda neste ano, muito embora a companhia tenha aumentado sua receita, fazendo com que a ação pareça atraente nos níveis atuais.
De fato, as ações acumulam queda de mais de 40% desde a máxima do ano passado, enquanto o LPA saltou 46,3%.
Em nota recente, o banco de investimento disse o seguinte:
“Em vista do profundo e desigual declínio nos preços das ações nos últimos anos, os setores e as características de portfólio passaram por drásticas mudanças em seus valuations, com alguns movendo-se dos extremos de volta para o normal, e outros ainda exibem descontos substanciais ou prêmios em relação ao mercado. O fato é que as turbulências de mercado realinham as oportunidades”.
A Needham, em uma nota recente, disse estar particularmente otimista com a divisão de parques da Disney, ao afirmar:
“Na divisão de parques, nossa expectativa é que a receita e o lucro operacional gerados pela maior capacidade e maiores gastos per capita nos parques dos EUA, incluindo resultados mais fortes do que os previstos nos parques de Paris e Tóquio, compensem em parte o fechamento do parque em Xangai”.
Conclusão
É difícil prever qual será a direção das ações da Disney daqui para frente, em razão da grande incerteza do ambiente macro, que está prejudicando a maioria das ações de crescimento.
Mas uma coisa é clara: a gigante de Burbank, Califórnia, está em posição muito melhor para resistir a uma recessão econômica do que várias outras das suas rivais, graças a um diversificado modelo de negócios, que permitirá que a Disney se recupere rapidamente, assim que as condições da Covid melhorarem.
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