Comemore por mim
Fui, ao longo de toda a minha infância e adolescência, fortemente pressionado a galgar conquistas, porém dissuadido de comemorá-las. Diante de cada feito, o parecer era sempre o mesmo: “não fizeste mais do que tua obrigação”. Se você tem filhos, tenha em mente que essas coisas marcam.
Não me leve a mal: o dia de hoje é histórico, e se você se sente impelido a comemorá-lo a plenos pulmões, faça-o. Ainda que esteja satisfeito com o desfecho — sem deixar de considerar, entretanto, que certamente ainda teremos o epílogo no STF —, não me juntarei à festa. Fiel à minha natureza gauche na vida, m e abstenho da húbris do momento: se quiser beber, beba.
Minha vocação é de motorista da rodada.
Até aqui, tudo bem...
Sigo otimista com as perspectivas futuras por aqui, com o país servido pela melhor equipe econômica desde a implementação do Plano Real. Há muito por fazer e, consumida mais de uma década em inércia quanto a questões estruturais, simplesmente não há mais tempo para protelações.
Findo o período de interinidade, o governo está intimado a colocar as engrenagens para girar e promover as reformas necessárias, começando pela espinhosa questão da previdência.
Nesse meio-tempo, orçamento de 2017 com maior transparência. E Copom, hoje, sem surpresas. É o que espero.
…mas sigamos atentos
Além da possibilidade de as coisas por aqui não saírem como esperamos, mantenhamos também um olho nos riscos externos que contrastam com nosso momento de renascimento.
Nos Estados Unidos, questão-chave é o aumento do custo de capital decorrente da elevação da taxa de juros — que, a meu ver, mesmo já sendo fava contada, simplesmente não está precificada nos ativos de risco.
Na Europa e na Ásia, principais riscos são, respectivamente, a integridade do bloco econômico e a desaceleração do crescimento de China, com impacto inescapável sobre os preços das commodities. Por ora, ambos temas relativamente sob controle, mas sempre merecedores de muita atenção.
Tudo mantido como está, acredito que nos sairemos bem na competição por recursos com outros mercados-destino de dinheiro com apetite por risco. A questão é: e se der errado?
O plano A
A aposta em negócios intimamente ligados à recuperação do mercado doméstico permeia as recomendações de nossos diferentes produtos. Varejo (HGTX3 (SA:HGTX3), por exemplo), infraestrutura (RUMO3 (SA:RUMO3)) e bancos (BBAS3 (SA:BBAS3), ITUB4 (SA:ITUB4)) são alguns exemplos de setores (e empresas) nos quais acreditamos.
Siderúrgicas com maior foco no mercado doméstico seriam também boas candidatas, caso não enfrentassem problemas de outras naturezas e já não estivessem com valuations, a nosso ver, pouco convidativos. Ainda assim, há uma oportunidade no setor — sobre ela, falo no M5M PRO.
Por outro lado, ficamos longe das empresas de commodities.
O plano B
E se o amanhã for diferente do que imaginamos?
Como bons talebianos, nunca ignoramos a possibilidade de tudo sair diferente do esperado. Fazemos nosso trabalho conscientes de que sempre pode haver algo a mais, logo à frente, que passou desapercebido.
Daí a importância de buscar oportunidades que, quando frustradas, oferecem perdas limitadas — seja pelo espaço limitado de queda ou pela disciplina no dimensionamento da alocação. Esta é uma premissa da qual não abrimos mão.
Foi com esse espírito que fomos atrás de boas oportunidades em operações com capital protegido , que você deveria considerar.