Apple: Novo foco em IA é positivo para desempenho das ações no longo prazo

Publicado 01.08.2025, 13:05
  • A Apple superou as expectativas no 3º tri fiscal de 2025 e apresentou um plano de inteligência artificial como eixo central de crescimento.
  • Tim Cook anunciou aquisições, novos recursos e maior investimento em IA, destacando integração com o ecossistema e início da Siri personalizada apenas em 2026.
  • Apesar de desafios como tarifas e críticas por agir devagar, a empresa reforçou investimentos nos EUA.
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O relatório de resultados do terceiro trimestre fiscal de 2025 da Apple (NASDAQ:AAPL) marcou uma mudança relevante na estratégia da companhia. Com a inteligência artificial agora colocada como eixo central de crescimento, as declarações de Tim Cook durante a teleconferência deixaram claro que a Apple não pretende mais apenas acompanhar os concorrentes na disputa por liderança em IA.

Além de superar as estimativas do mercado em receita e lucro, a empresa aproveitou o momento para apresentar um plano ambicioso em inteligência artificial, com investimentos internos, aquisições e promessa de novos recursos.

Mesmo após enfrentar obstáculos no início do ano, incluindo interrupções na cadeia de suprimentos na China, aumento de tarifas e desempenho moderado das ações, os números mais recentes ajudaram a mudar o humor dos investidores.

A ênfase em inovação em IA, combinada ao bom desempenho do portfólio de hardware e ao compromisso de investir US$ 500 bilhões nos Estados Unidos, trouxe confiança aos acionistas.

Forte resultado reacende confiança dos investidores

No terceiro trimestre fiscal de 2025, a Apple apresentou lucro por ação (LPA) de US$ 1,57, superando em 9,48% as estimativas de Wall Street. A receita somou US$ 94,04 bilhões, demonstrando a capacidade da empresa de entregar resultados mesmo em um cenário global desafiador. As vendas de iPhones novamente foram o destaque, confirmando a importância do ecossistema de hardware da Apple mesmo em um contexto de transformação impulsionada pela IA.

A reação do mercado foi imediata. As ações da Apple fecharam a US$ 207,57 em 1º de agosto de 2025, às 16h01 (EDT), e atingiram US$ 211,06 no pré-mercado do dia seguinte. Esse avanço de 2,5% nas negociações após o fechamento refletiu o entusiasmo dos investidores não apenas com os números, mas também com a clareza estratégica apresentada na teleconferência.

Apesar de uma queda acumulada de cerca de 15% no ano, a Apple segue como a segunda maior empresa do mundo em valor de mercado, avaliada em aproximadamente US$ 3,1 trilhões. Seu múltiplo preço/lucro futuro (P/L) de 26,60 indica que analistas e investidores institucionais ainda enxergam a companhia como uma ação de crescimento estável e de alta qualidade.

O preço-alvo médio de 12 meses, de US$ 232,12, reforça essa perspectiva positiva, mesmo em meio à volatilidade que afeta as chamadas “sete magníficas” do setor de tecnologia.

Em um ambiente em que outros pares de grande capitalização, como a Tesla (NASDAQ:TSLA), também vêm enfrentando dificuldades, a capacidade da Apple de superar as previsões, ainda que de forma moderada, permitiu recuperar parte do controle sobre a narrativa. Os resultados ajudaram a reduzir, ao menos temporariamente, as preocupações com o enfraquecimento da demanda e as pressões operacionais nos mercados internacionais.

IA como novo pilar estratégico da Apple

Embora os resultados tenham chamado atenção, foram as declarações de Tim Cook sobre inteligência artificial que definiram o trimestre.

“Estamos ampliando de forma expressiva nossos investimentos em IA”, afirmou Cook, ao descrever uma reorientação na alocação de capital e de talentos. Segundo ele, a Apple está redirecionando equipes internas e aumentando os investimentos de capital para o desenvolvimento em inteligência artificial. Ao mesmo tempo, destacou que o crescimento das despesas de capital será “gerenciado por meio de modelos híbridos de investimento”.

Somente em 2025, a Apple concluiu sete aquisições diretamente ligadas aos seus objetivos de IA. Essas operações abrangeram áreas como processamento de linguagem natural, visão computacional e tradução em tempo real — tecnologias que servirão de base para futuras funcionalidades no iOS e no macOS. Cook ressaltou ainda que a empresa permanece aberta a novas aquisições alinhadas aos seus objetivos de longo prazo em inteligência artificial.

Entre os recursos anunciados estão ferramentas de inteligência visual e tradução simultânea, que devem ser incorporadas ao ecossistema da empresa nos próximos trimestres. Esses avanços serão integrados a produtos como iPhones, iPads, AirPods e Vision Pro. Já a aguardada atualização personalizada da Siri, apontada como um salto relevante em interação contextual e proativa, ficou para 2026.

Cook reforçou que a visão da Apple para a inteligência artificial não é passageira, mas parte de um plano estratégico de longo prazo. Ao abordar preocupações de que dispositivos nativos em IA, como óculos de realidade aumentada ou assistentes vestíveis, possam canibalizar as vendas do iPhone, Cook foi categórico:

“Enxergamos esses dispositivos como complementares”, disse ele.

A aposta é clara: o ecossistema da Apple tem amplitude e confiança suficientes para absorver novas tecnologias sem prejudicar sua base.

Essa estratégia integrada diferencia a Apple de concorrentes como a Meta (NASDAQ:META) e a OpenAI, que frequentemente lançam ferramentas isoladas ou apostam na substituição de plataformas. A Apple prefere usar sua base instalada para introduzir a inteligência artificial de forma gradual e profunda — modelo já utilizado com o Touch ID, Face ID e os chips da série M.

Equilibrando críticas e perspectivas

Ainda assim, a virada da Apple para a inteligência artificial não escapou de críticas. Como destacou o jornal The Guardian, a empresa tem sido acusada de avançar de forma lenta em comparação aos concorrentes. Enquanto Google (NASDAQ:GOOGL) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) já integraram a IA generativa a ferramentas de produtividade e mecanismos de busca, a Apple mantém vários projetos em sigilo, incluindo atualizações da Siri que ainda não foram lançadas.

Essa postura mais discreta incomoda alguns analistas, que veem a inteligência artificial como uma área na qual a vantagem do pioneirismo pode ser decisiva. “O sucesso histórico da Apple veio de aperfeiçoar inovações, não de criá-las primeiro”, comentou um analista citado pelo The Guardian. “Mas, em IA, talvez não haja tanto tempo para esperar e refinar.” O adiamento da Siri personalizada reforça essa preocupação, especialmente porque as interfaces de voz estão se tornando centrais na acessibilidade da IA.

Além dessas críticas, fatores geopolíticos e macroeconômicos também pesam sobre as perspectivas da Apple. As tensões tarifárias com a China e eventuais paralisações de fábricas colocam em risco uma cadeia de produção altamente ajustada. Apesar dos esforços para diversificar a manufatura em países como Índia e Vietnã, a dependência das linhas de montagem chinesas segue como vulnerabilidade estrutural.

Para mitigar esses riscos, a empresa reiterou o compromisso de investir US$ 500 bilhões nos Estados Unidos nos próximos anos, sinalizando alinhamento político e prioridade doméstica. Cook também mencionou a disposição em ampliar a presença em pesquisa, desenvolvimento e produção nos EUA, embora não tenha anunciado novas iniciativas concretas durante a conferência.

Mesmo com esses desafios, os analistas parecem manter confiança na estratégia da Apple. Ao direcionar o discurso para a inteligência artificial e respaldá-lo com aquisições, lançamentos planejados e investimentos em infraestrutura, a empresa oferece aos investidores motivos concretos para manter uma visão otimista.

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