Compradores e vendedores de arroz em casca do Rio Grande do Sul estiveram em disputa acirrada quanto ao preço do cereal durante praticamente todo o mês de outubro. Vendedores permaneceram firmes nos valores pedidos e, assim, limitaram a oferta. Apenas alguns orizicultores disponibilizaram volumes ligeiramente mais altos, especialmente para pagamentos à vista ou com prazos curtos. Do lado comprador, a maioria dos agentes ofertou valores menores, visto que não tinham necessidade de repor estoques. Neste cenário, outubro terminou com liquidez e preços baixos. A média do Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz (58% grãos inteiros e pagamento à vista) recuou 3,62% entre setembro e outubro, para R$ 72,26/saca de 50 quilos, o segundo mês consecutivo de desvalorização. Em dólar, o Indicador registrou média de US$ 13,06/sc de 50 kg em outubro, 13% inferior à média na Argentina (de US$ 15,00/sc de 50 kg, segundo o Ministério da Agroindústria) e também à média do primeiro vencimento (Nov/21) na Bolsa de Chicago (também de US$ 15,00/sc de 50 kg). Vale mencionar que Argentina e Estados Unidos são exportadores tradicionais de arroz ao Brasil.
Além de os preços FOB (Free on Board) nessas origens estarem acima dos praticados atualmente no Brasil, as altas recorrentes da moeda norte-americana favorecem as exportações brasileiras, mas dificultam a importação. Entre setembro e outubro/21, o dólar subiu 4,7% em relação ao Real, passando de R$ 5,363 no dia 1° para R$ 5,648 no último dia útil de outubro. Regionalmente, os preços do arroz em casca também registraram queda. Na Depressão Central, o recuo mensal foi de 4,9%, para R$ 69,80/sc em outubro/21. Na Planície Costeira Interna, a desvalorização foi de 4,02%, para R$ 73,45/sc. Na Fronteira Oeste, a média de outubro fechou a R$ 71,90/sc, 3,82% menor que a de setembro. Na Campanha, a queda foi de 3,62%, e o preço médio, de R$ 70,93/sc. Na Planície Costeira Externa, o preço médio de outubro ficou em R$ 72,66/sc, recuo de 3,54%. E na Zona Sul, onde a queda foi menos intensa (-1,98%), a média de outubro fechou a R$ 74,28/sc. Para os demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, o movimento dos preços também foi de queda. Para o produto de 50 a 57% de grãos inteiros, houve desvalorização de 3,41% entre setembro e outubro, para a média de R$ 71,16/sc no último mês. Para o de 59 a 62% de inteiros, a queda foi ainda maior (-3,64%), para R$ 72,85/sc em outubro. Para o arroz de 63 a 65% de grãos inteiros, o preço médio caiu 4,38% no mesmo período de comparação, a R$ 73,68/sc.
CAMPO – A semeadura avançou no Rio Grande do Sul em outubro, alcançando, até o dia 28, 95% da área em Barra do Quaraí e Uruguaiana, 69% em Pelotas, 55% em Dom Pedrito, 35% em Soledade e 30% em São Gabriel, de acordo com dados da Emater/RS. Nos demais estados, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, até o fim de outubro, a semeadura havia alcançado 92,3% da área em Santa Catarina e 9% no Tocantins. No Maranhão, em Mato Grosso e em Goiás, as atividades ainda não haviam sido iniciadas.
SECEX – Dados da Secex apontam que, em outubro, as importações de arroz em casca somaram 69,87 mil toneladas, volume 10,3% menor que o registrado em setembro de 2021 e expressivos 52,3% inferior ao de outubro de 2020. Já as exportações seguem crescentes e somaram 140,6 mil toneladas, 8% acima das de setembro de 2021, mas 8,4% inferiores às do mesmo período de 2020.