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Em 2025, uma única decisão tem sido determinante para o desempenho de carteiras globais em renda variável: a alocação relativa entre ações americanas e estrangeiras. Quanto maior a exposição fora dos Estados Unidos, melhor o retorno acumulado até agora. Com o avanço dos planos tarifários do presidente Donald Trump, no entanto, crescem as dúvidas sobre a sustentabilidade desse movimento em meio à intensificação da política comercial norte-americana.
No acumulado do ano, os números favorecem claramente os mercados acionários fora dos EUA. Utilizando um conjunto de ETFs como referência, o desempenho das bolsas internacionais supera o mercado norte-americano até o fechamento de sexta-feira (11 de julho). A questão central agora é se o aumento das tarifas será apenas uma tática de barganha ou se passará a integrar de forma estrutural a política econômica dos EUA. Se confirmada essa mudança, quais serão os impactos sobre o comércio global e quais países arcarão com os maiores custos?
Por ora, não há respostas definitivas. A política comercial de Trump continua instável e sujeita a mudanças abruptas, dependendo exclusivamente da vontade do presidente. Nos últimos dias, o governo norte-americano enviou comunicados a vários países, inclusive a parceiros estratégicos, sinalizando novas medidas.
No sábado, Trump anunciou a aplicação de tarifas de 30% sobre produtos da União Europeia e do México a partir de 1º de agosto. Na quinta-feira anterior, declarou uma tarifa de 35% sobre o Canadá. Dias antes, já havia mencionado planos semelhantes envolvendo o Japão e outros países.
Até recentemente, predominava a leitura de que as ameaças seguiam o padrão “TACO”, acrônimo de Trump Always Chickens Out (Trump sempre recua). Segundo essa interpretação, a retórica agressiva serviria apenas para aumentar o poder de barganha do presidente. No entanto, cresce entre os investidores a percepção de que o objetivo final pode não ser novos acordos comerciais com tarifas reduzidas, mas sim a institucionalização de tarifas mais elevadas.
O problema é que os objetivos estratégicos da Casa Branca permanecem pouco claros. Trata-se da criação de uma nova ordem comercial com tarifas nulas ou reduzidas? Do fim do déficit comercial norte-americano? Ou do retorno da produção industrial para o território dos EUA? Economistas destacam que atingir dois ou três desses objetivos simultaneamente é, na prática, bastante difícil, ou mesmo inviável.
Embora o governo ainda declare que novas negociações estão em curso, os comentários mais recentes de Trump sugerem que firmar acordos pode não ser a prioridade.
“Todos têm que pagar, e o incentivo é que eles tenham o direito de operar nos Estados Unidos. Se não quiserem, não precisam pagar”, afirmou o presidente durante uma reunião de gabinete na semana passada.
Se o novo patamar tarifário norte-americano for mantido, quais seriam os impactos sobre os mercados acionários globais? A resposta ainda é incerta, em parte porque os detalhes da política comercial permanecem nebulosos.
Ao mesmo tempo, o desempenho relativo das bolsas internacionais frente ao mercado americano já começa a perder força. Isso é visível na relação entre dois ETFs: o VXUS, que representa ações globais excluindo os EUA, e o {{525|SPDR S&P 500 ETF}} (SPY), principal referência do mercado americano. O avanço expressivo dessa relação no início do ano, sinalizando superioridade de VXUS sobre SPY, já foi parcialmente revertido. Ralis pontuais de ações estrangeiras têm ocorrido nos últimos anos, como no final de 2022 e início de 2023, mas foram de curta duração.
A dúvida que se impõe agora é se o atual movimento será diferente. Um dos fatores determinantes para essa resposta será o comportamento do próprio Trump, que se autodenomina “o homem das tarifas”.
A única certeza até o momento é que tarifas mais elevadas nos EUA parecem cada vez mais prováveis. Isso traz implicações diretas para a atividade econômica tanto nos Estados Unidos quanto no restante do mundo.
“Se calcularmos a tarifa efetiva média sobre todas as importações norte-americanas, ela estaria em torno de 15%”, afirmou Mahmood Pradhan, diretor global de macroeconomia da Amundi. “Esse cenário tende a ser negativo para o crescimento de todos os países inseridos no comércio internacional.”
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